São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2011

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FOCO

Embaixada do Brasil vira point de atos anti-Chávez

DE CARACAS

Em fevereiro, estudantes universitários decidiram fazer greve de fome e acampar diante da Embaixada do Brasil em Caracas para protestar contra o governo Hugo Chávez. Agora, o local volta a ser tomado por manifestantes: são enfermeiros com reivindicações trabalhistas.
"Decidimos vir para a embaixada porque o Brasil é o país mais idôneo, uma potência. O que queremos é uma mão do Brasil, que seu governo diga ao governo da Venezuela que negocie com a gente, como preveem as normativas do Mercosul", diz Julio García, 30.
Enfermeiro do Estado de Carabobo, García é um dos 11 manifestantes em greve de fome há 17 dias às portas do centro comercial que abriga a representação brasileira, no bairro nobre de La Castellana, zona leste de Caracas.
Como os estudantes semanas antes, os manifestantes instalaram tendas, colchonetes, televisões, além de dois banheiros químicos.
O local aparece várias vezes ao dia na TV oposicionista Globovisión, que acompanha passo a passo o protesto.
Em fevereiro, os universitários protestaram na frente da embaixada brasileira, mas também nas embaixadas do Chile e do Peru e na sede da OEA (Organizações dos Estados Americanos). A ideia foi pressionar governos vizinhos a apoiar a visita de uma comissão da OEA ao país.
Agora, mesmo se tratando de uma questão trabalhista interna, a categoria acredita que é útil tentar envolver o Brasil. A embaixada diz que encaminhou para Brasília o documento de reivindicação. Não comentou a escolha da local para o protesto.
Até o fechamento desta edição, as negociações entre enfermeiros e governo seguiam tensas e inconclusas.
A manifestação é um dos 533 protestos de trabalhadores registrados no país no primeiro trimestre. Ao menos 52 greves de fome também foram contabilizadas. (FLÁVIA MARREIRO)


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