RICARDO GRINBAUM
DE LONDRES

A mais cara novela da história - segundo a definição do MAM (Movimento Antimonarquia) - tem um novo e palpitante capítulo em cartaz. A personagem que encarnou durante muitos anos o papel de vilã, Camila Parker Bowles, está tendo seus dias de mocinha. Mais do que isso: a "amiga" do príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica, já pode começar a sonhar em se tornar princesa, ou melhor, rainha.
Camilla era mal vista pela família real e pela opinião pública desde que a princesa Diana disse que seu casamento com Charles ia mal porque estava "congestionado". Bonita, loira, mãe de duas crianças, a princesa Diana representava a frágil vítima de um marido infiel e sua amante invejosa, Camilla, a quem chamava de "rotweiller".
A sorte de Camilla está mudando, pouco menos de três anos depois da morte trágica de Diana. No sábado, Camilla participou de um almoço com a rainha Elizabeth 2ª, mãe de Charles. No fim do mês, a figura malvada da novela real terá o papel de anfitriã num banquete oferecido por Charles no Palácio de Buckingham, segundo disse ontem o jornal "Daily Telegraph".
Na complicada trama real, esses acontecimentos têm interpretação clara. Camilla está sendo aceita pela rainha. Os recentes sinais de aprovação lhe permitem até sonhar com um casamento com seu príncipe, com toda a pompa e circunstância.
Nas casas de apostas, a cotação do novo casal está em alta. O tablóide "Mirror" publicou uma pesquisa revelando que os súditos britânicos também querem ver a felicidade do casal. Com o título "Case com ela", a reportagem revela que 68% dos britânicos são a favor do casamento.
A história ainda não tem final feliz: 83% dos entrevistados não querem ver Camilla usando a coroa de rainha. Esse é o novo drama. Se casar com Charles e ele virar rei, ela será a rainha-consorte. Será demais para os britânicos, que se acostumaram a imaginar Diana como a futura rainha? Será que a Igreja Anglicana aceita o casamento de Charles com uma mulher divorciada?, perguntam os jornais.
Charles sempre diz que sua relação com Camilla "é inegociável", mas nunca falou em público de casamento.
A Igreja Anglicana não aceita oficialmente o segundo casamento de pessoas divorciadas. O tio-avô de Charles Eduardo 8º teve de abdicar do trono, em 1936, para poder se casar com uma norte-americana divorciada.


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