São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

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No Dia D, Obama repreende Coreia do Norte


Americano diz que teste nuclear de Pyongyang foi atitude "extraordinariamente provocadora", que "testa limites da diplomacia"

Declarações foram feitas em meio às comemorações do 65º aniversário do desembarque dos aliados anti-nazistas na Normandia

Philippe Wojazer - Exército francês/Reuters
O americano Obama, o príncipe Charles, o britânico Brown, o canadense Harper e o francês Sarkozy durante ato na Normandia

DA REDAÇÃO

No tom mais duro usado até agora em relação à Coreia do Norte, o presidente americano, Barack Obama, acusou ontem o regime de Pyongyang de ter agido de forma "extraordinariamente provocadora" ao realizar testes nucleares. Obama disse que o governo norte-coreano está testando os limites da diplomacia.
As declarações foram feitas na França, onde participou, ao lado de vários governantes, da comemoração do 65º aniversário do desembarque aliado na Normandia -o chamado Dia D, divisor de águas na segunda Guerra Mundial (1939-1945).
"Ninguém deve acreditar que nós apenas seguiremos no caminho no qual a Coreia do Norte está constantemente desestabilizando a região", advertiu Obama. O presidente exigiu que Pyongyang suspenda seu programa nuclear.
A retórica de Obama, que destoa do tom que vem prevalecendo na estratégia de estender a mão a inimigos da Casa Branca, evidencia a preocupação com as recentes manobras militares norte-coreanas.
Pyongyang realizou no mês passado um teste com ogiva nuclear e mísseis capazes de atingir o Japão e a Coreia do Sul.
Os testes, que violam resolução do Conselho de Segurança da ONU, têm potência estimada em cinco vezes à da explosão de 2006 e provocaram reprovação internacional unânime. Pyongyang revidou invalidando armistício de 1953 com Seul.
Outro alerta foi feito ao Irã. Obama defendeu uma "diplomacia firme" para impedir que Teerã tenha um arsenal atômico -o governo iraniano nega que seu programa nuclear vise a fabricação da bomba.
O presidente americano também dirigiu cobranças aos principais envolvidos no conflito no Oriente Médio: os israelenses devem aceitar um Estado palestino e pôr aos assentamentos na Cisjordânia, e os palestinos precisam fortalecer suas instituições de governo e renunciar à violência.
Em meio às comemorações do Dia D, Obama destacou os laços entre os EUA e a Europa. "Este dia marca não apenas o triunfo da liberdade, mas também marca como a aliança transatlântica permitiu segurança e prosperidade extraordinárias dos dois lados do Atlântico".
Cerca de 215 mil soldados aliados foram mortos ou feridos durante o Dia D e nos três meses que os aliados levaram para garantir a tomada da Normandia, uma batalha que ajudou a libertar a França do domínio nazista.
Obama afirmou que as "ações de poucos mudaram o curso de um século inteiro" e pediu que não sejam esquecidas as lições da história.


Com agências internacionais


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