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Queda de estátua foi armada, diz relatório
DA REPORTAGEM LOCAL
A derrubada da estátua de Saddam Hussein na praça Al Firdos
(o paraíso) no dia 9 de abril de
2003, no centro de Bagdá, que virou o principal símbolo da queda
do regime do ex-ditador iraquiano, na verdade foi armada pela
unidade de operações psicológicas do Exército norte-americano
(PSYOP, na sigla original).
A informação foi publicada pelo
jornal "The Los Angeles Times"
baseada em informações exclusivas que teriam sido obtidas pelo
diário norte-americano junto a
um relatório reservado do Exército sobre a atuação dos militares
durante a guerra.
A aparente armação dos militares norte-americanos naquele dia
já havia sido objeto de reportagens da Folha em abril e agosto de
2003 e consta do livro "Diário de
Bagdá - A Guerra do Iraque segundo os Bombardeados" (DBA,
2003), de Sérgio Dávila e Juca Varella, enviados especiais do jornal.
É a primeira vez, no entanto,
que um documento oficializa a
ação. De acordo com o relatório,
foi um coronel dos Fuzileiros Navais quem teve a idéia de derrubar
a estátua, e não a população local,
como deram a entender as imagens geradas pelas principais
emissoras televisivas dos EUA.
A sugestão do militar foi rapidamente encampada pela unidade
psicológica, que passou a divulgar
o ato em alto-falantes, convocando a população iraquiana a participar. O tiro quase sai pela culatra
quando um fuzileiro naval decide
colocar uma bandeira norte-americana sobre o rosto de Saddam.
No final, um veículo M-88, conhecido como auxiliar de tanques, dos fuzileiros navais, passou
a arrastar o que restava da estátua
pelas ruas, mas para que a iniciativa parecesse espontânea e de origem iraquiana, dezenas de crianças locais foram arregimentadas
pelo pessoal do PSYOP e convencidas a subir ao veículo.
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