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Confrontos em Gaza matam 21 palestinos
Israelense também é morto no primeiro dia de combates corpo-a-corpo; número de mortes é o maior em um dia desde 2004
Ministro do Hamas convoca
forças de defesa a resistir à
"agressão sionista"; Israel
diz que reocupação de Gaza
será por tempo limitado
DA REDAÇÃO
No dia mais violento desde o
início da ofensiva de Israel em
resposta ao seqüestro de um
soldado e ao disparo de foguetes contra seu território, ao menos 21 palestinos -seis deles
civis- e um militar israelense
foram mortos em choques no
norte da faixa de Gaza.
O conflito se intensificou depois que as forças israelenses
voltaram a ocupar a área correspondente a três assentamentos abandonados na retirada empreendida no ano passado. O objetivo da reocupação é
criar uma zona-tampão para
impedir o disparo de foguetes
por militantes palestinos.
Até agora não houve vítimas
devido aos disparos, mas, nesta
semana, um Qassam atingiu
pela primeira vez uma cidade
de porte significativo -Ashkelon, de 115 mil habitantes.
A partir das localidades reocupadas, o Exército de Israel
deu início a ataques contra posições de militantes de facções
distintas, como o braço armado
do Hamas e o Jihad Islâmico.
Na cidade palestina de Beit Lahiya, próxima dos antigos assentamentos, houve confronto
direto entre as forças israelenses e milícias. Sete palestinos
foram mortos.
Em um ataque aéreo nas proximidades da mesma cidade,
seis civis palestinos foram mortos, de acordo com testemunhas e médicos locais. O Exército israelense confirmou duas
ofensivas na localidade, mas
disse que não tinha conhecimento da morte de civis.
O número de palestinos mortos em um único dia foi o maior
desde outubro de 2004, quando
16 pessoas morreram em uma
incursão israelense no campo
de refugiados de Khan Younis.
O Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestina
(ANP) disse que, no total, há 55
feridos, incluindo 15 crianças.
As ruas de Beit Lahiya estavam praticamente desertas devido à escalada da violência,
com os moradores buscando se
esconder do fogo cruzado. O alfaiate Ali Ajrami contou que estava impedido de sair de casa,
com um veículo militar israelense estacionado em seu jardim e soldados nos telhados de
prédios vizinhos.
Reações
O brigadeiro-general israelense Ido Nehushtan declarou
que "não há outra maneira de
executar operações contra terroristas que se infiltram na população civil". Amir Peretz, ministro de Defesa de Israel, afirmou que "não vamos afundar
no pântano de Gaza, mas vamos entrar em qualquer área
necessária para levar a cabo
nossas missões".
O ministro palestino do Interior, Saeed Seyam, que pertence ao braço político do Hamas,
fez um chamado às forças de segurança, dominadas pelo grupo
rival Fatah, para confrontar o
que classificou de "covarde
agressão sionista".
O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e o primeiro-ministro palestino, Ismail Hanyieh, pediram à comunidade
internacional que intervenha
no conflito.
Segundo o ministro da Infra-Estrutura de Israel, Benjamin
Ben-Eliezer, não há intenção
de voltar a controlar partes da
faixa de Gaza indefinidamente.
"Nossa presença não significa
que desejamos permanecer em
Gaza. Nós simplesmente queremos evitar disparos [de foguetes] contra nossas cidades."
Por 18 anos, os israelenses
mantiveram uma zona-tampão
no sul do Líbano para evitar
que militantes lançassem foguetes. Mas a ocupação não deteve os disparos, e muitos morreram durante confrontos na
região. Após pressão vinda de
vários setores, inclusive da própria população israelense, o
Exército se retirou do sul libanês em maio de 2000.
Nações Unidas
Os Estados árabes pediram
ao Conselho de Segurança da
ONU que exija a saída imediata
de Israel da faixa de Gaza.
França e Estados Unidos criticaram a proposta.
Forças israelenses operando
no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, tentaram
capturar ontem um dos principais líderes das Brigadas dos
Mártires de Al-Aqsa, Zakaria
Zubeidi. Houve troca de tiros e
pelo menos dois militantes
morreram, mas Zubeidi conseguiu escapar. Outros seis palestinos ficaram feridos na tentativa de captura.
Com agências internacionais
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