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EUA e Israel fazem cúpula para mídia
Reunião entre Obama e Netanyahu foi tentativa de amenizar a percepção de racha entre as duas lideranças
Imprensa foi recebida na Casa Branca para testemunhar as promessas mútuas de união e parceria
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
O encontro de ontem entre
os governantes americano,
Barack Obama, e israelense,
Binyamin Netanyahu, terminou sem anúncios concretos,
mas com promessas de pressão ao Irã e de passos para a
retomada do diálogo direto
com os palestinos.
Os EUA têm pedido há meses a retomada de conversas
diretas com os palestinos,
que culpam os israelenses
pelo impasse por continuarem a construção nos territórios ocupados.
A reunião entre Obama e
Netanyahu, de uma hora e
meia, foi uma tentativa de
amenizar a percepção de racha entre as lideranças dos
dois aliados, e a imprensa foi
recebida na Casa Branca para testemunhar promessas
mútuas de união e parceria.
"Os relatos de decadência
de nossa relação especial
não são apenas prematuros,
são totalmente errados", disse Netanyahu, que convidou
Obama para ir a Israel. "Estou pronto", afirmou o presidente, que insistiu em que o
elo dos países é "extraordinário" e "inquebrável".
Este quinto encontro entre
os dois foi simbólico e bastante diferente do anterior,
quando repórteres e câmeras
não foram recebidos na Casa
Branca. Na ocasião, em março, o atrito por conta da continuidade de novas construções em assentamentos judaicos era óbvio.
Netanyahu vem sendo
pressionado pela maioria
conservadora em seu gabinete a não renovar a moratória
de construções nos territórios ocupados, que termina
em setembro.
Mas o premiê e Obama
desconversaram sobre o prazo e pregaram o avanço nas
negociações antes de setembro. "Esperamos que as conversas de aproximação levem a conversas diretas",
disse Obama.
O principal negociador palestino, Saeb Erekat, disse
que as conversas diretas só
serão retomadas quando
houver paralisação total das
construções na Cisjordânia.
GAZA
Obama elogiou o anúncio
de Israel de permitir a entrada de mais produtos em Gaza, que segue sob bloqueio.
Netanyahu preferiu destacar como preocupação principal a possibilidade de o Irã
adquirir armas nucleares. Ele
elogiou as novas sanções dos
EUA contra o país e só depois
falou sobre o processo de paz
com os palestinos.
O presidente americano
negou que os EUA tenham
mudado de posição ao ter
apoiado, em maio, a revisão
do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que exorta Israel a aderir ao pacto. "Devido ao seu tamanho e às
ameaças contra ele, Israel
tem requerimentos de segurança únicos", disse.
Internamente, Obama se
preocupa com a perda de
apoio dos judeus, dois quais
80% votaram nele em 2008,
na disputa pelo Congresso,
em novembro.
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