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ANÁLISE
Políticos dos EUA enfrentam problemas internos para falar duro com Israel
PATRICK COCKBURN
DO "INDEPENDENT"
Reuniões entre presidentes dos EUA e primeiros-ministros israelenses costumam ser precedidas por especulações de que o líder
americano enfim exigirá que
Israel pare de expandir seus
assentamentos na Cisjordânia, de expulsar palestinos
de Jerusalém Oriental e de
causar embaraços a Washington com suas ações militares imponderadas.
Restringir as ações de Israel poderia servir a interesses dos EUA, mas isso quase
certamente não acontecerá.
O motivo é demonstrado
pela estranha história da tentativa do general David Petraeus, hoje comandante das
forças aliadas no Afeganistão e anteriormente líder do
Comando Central das Forças
Armadas, de fazer um alerta
formal no sentido de que o
apoio americano às ações israelenses no Oriente Médio
põe em risco a segurança dos
soldados dos EUA.
Ele reiterou essa posição
em depoimento escrito ao
Congresso, em março.
Mas, tão logo o fez, o general Petraeus começou imediatamente a recuar. A explicação para a reviravolta na
posição do general é que ele
pretende manter em aberto a
possibilidade de disputar a
Presidência pelo Partido Republicano, em 2012, e portanto não quer alienar o eleitorado judaico e nem os neoconservadores militantes.
O episódio ilustra os obstáculos internos que qualquer
líder político ou militar americano enfrenta para tentar
restringir ou até criticar as
ações de Israel.
Pode ser que Obama, em
privado, tenha adotado um
tom duro com Netanyahu,
mas é improvável que tome
medidas efetivas de pressão
contra Israel, por medo das
perdas que o Partido Democrata poderia sofrer nas eleições de novembro deste ano.
Não é provável que surja
uma crise na relação entre Israel e os Estados Unidos, ainda que essa seja possivelmente a única coisa que levaria o eleitorado de Israel a rejeitar Netanyahu.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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