São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cai ritmo de crescimento dos emergentes

Com comércio mundial enfraquecido, países registram o seu pior desempenho econômico nos últimos dois anos

Para economista, ritmo mais lento é positivo, porque reduz pressão inflacionária causada por forte expansão

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

Os países emergentes tiveram seu pior desempenho econômico em dois anos no segundo trimestre de 2011.
Esses mercados ainda registram crescimento, mas a expansão ocorre em um ritmo mais lento.
A desaceleração tem sido provocada principalmente pelo setor industrial, que perde fôlego em consequência do enfraquecimento do comércio mundial.
"O mundo emergente está se desacelerando para valer. O que é positivo, já que esses países estavam passando por expansão muito forte, convivendo com pressões inflacionárias", diz Constantin Jancso, economista do HSBC.
O movimento de crescimento mais robusto registrado no fim de 2010 não se sustentou. A atividade econômica já havia se desacelerado no primeiro trimestre deste ano e voltou a perder fôlego nos últimos meses.

TENDÊNCIA
A tendência foi apontada pelo Índice de Mercados Emergentes (EMI na sigla em inglês), calculado pela consultoria Markit em parceria com o HSBC.
O indicador, que cobre 16 países, caiu de 55 no primeiro trimestre de 2011 para 54,2 no segundo (valores acima de 50 indicam expansão).
O ritmo recente já é mais fraco que a média histórica de expansão dos países emergentes (54,7) medida pelo índice, que começou a ser calculado no fim de 2005.
Apesar da atividade econômica mais fraca, o nível de emprego nas nações emergentes subiu pelo oitavo trimestre consecutivo e foi o mais forte em um ano.
Esse desempenho é explicado sobretudo por contratações no setor de serviços que continua crescendo a um ritmo mais forte que a indústria.
Mas o HSBC alerta para uma provável redução no ritmo de contratações nos próximos meses. Isso porque o nível de encomendas das empresas teve queda no segundo trimestre de 2011.
A inflação provocada por preços de insumos perdeu fôlego nos últimos trimestres.
Segundo Jancso, isso é resultado de políticas de aumentos de juros e medidas para restrição na concessão de crédito adotadas pela maioria dos países.
Ele alerta, no entanto, que é cedo para "comemorar uma vitória em relação à inflação". O economista explica que parte da desaceleração econômica do segundo trimestre foi provocada pela forte retração econômica do Japão, depois do tsunami que arrasou o país, em março passado.
"Nos próximos meses, vamos poder avaliar com maior precisão o tamanho desse impacto. Mas tudo indica que, independentemente disso, há mesmo uma desaceleração em curso nos emergentes."
Entre os grandes países emergentes, Índia e Rússia tiveram desempenho mais forte que China e Brasil.


Texto Anterior: Em 2012, Chávez não terá energia para pleito, afirma opositor
Próximo Texto: Texto defende apoio a Brasil no Conselho de Segurança
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.