UOL


São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Palestinos, insatisfeitos com o número reduzido, classificam ação de 'teatral'; Bush critica cerca

Israel liberta 334 prisioneiros palestinos

Avi Ohayon/Associated Press
Prisioneiros palestinos se despedem ao deixar prisão em Israel


DA REDAÇÃO

Israel deu início ontem à libertação de 334 prisioneiros palestinos. Mais cem devem ser soltos em breve. A ação, segundo os israelenses, pretende dar um alento ao plano de paz. Porém autoridades palestinas classificaram o gesto de Israel como "uma ação teatral para acalmar os EUA".
Apesar de não estar prevista no plano de paz, a libertação dos prisioneiros é incentivada pelos EUA. Washington considera a ação positiva para fortalecer o moderado premiê palestino, Mahmoud Abbas, mais conhecido com Abu Mazen, criticado por extremistas.
Mas a ANP (Autoridade Nacional Palestina) afirma que cerca de 3.000 prisioneiros de um total de mais de 7.000 poderiam ser libertados sem risco para a segurança israelense. Insatisfeito com o plano, Mazen cancelou uma reunião que teria ontem com o premiê israelense, Ariel Sharon.
Os grupos terroristas ameaçam romper o cessar-fogo de três meses se os seus militantes não forem soltos.
Ao serem libertados na Cisjordânia e na faixa de Gaza, muitos palestinos beijaram o chão. Centenas de pessoas os receberam como heróis. Bandeiras palestinas foram hasteadas.
Alguns dos prisioneiros soltos, integrantes de grupos terroristas, afirmaram que continuarão ligados aos seus grupos.
Hamad al Ismairi, membro do Jihad Islâmico e um entre as dezenas de extremistas soltos, disse ser um soldado que fará tudo o que o grupo terrorista exigir.
Sharon recebeu fortes críticas pela libertação dos prisioneiros. Membros mais radicais de seu governo dizem que os prisioneiros podem cometer novos atentados contra israelenses no futuro.
O premiê argumenta que a libertação está sendo bem estudada e que, entre os libertados, não há envolvidos diretamente com atentados terroristas.

Cerca
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse ontem que a cerca que Israel está construindo para separar seu território das áreas palestinas na Cisjordânia ainda é um problema. A cerca, que visa impedir a entrada de terroristas palestinos em Israel, engloba algumas áreas palestinas e, segundo seus críticos, pode estabelecer unilateralmente as fronteiras de um futuro Estado palestino.
"Deixei claro que a cerca é um problema, e continuaremos tratando desse assunto. Acredito que estejamos fazendo progressos", disse Bush. O presidente não comentou a possibilidade de os EUA suspenderem parte de um fundo de ajuda a Israel para pressionar os israelenses a suspenderem a construção da cerca ou ao menos para alterar seu traçado.
Em pesquisa realizada pela universidade palestina Bir Zeit, 74% dos palestinos disseram apoiar o cessar-fogo. O levantamento também indica que 61% dos palestinos são favoráveis à prorrogação da trégua nas ações contra israelenses após o fim do prazo estabelecido pelos grupos extremistas, em setembro próximo.

Com agências internacionais


Texto Anterior: Livro: Dávila e Varella lançam "Diário" hoje
Próximo Texto: Panorâmica - Colômbia: Justiça autoriza extradição de ex-senador por tráfico
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.