São Paulo, sábado, 07 de agosto de 2004

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Abu Ghraib era um inferno, diz soldado

DA REDAÇÃO

Soldados do Exército americano que testemunharam os abusos cometidos por militares dos EUA contra presos iraquianos em Abu Ghraib descreveram ontem o lugar como um "inferno". Afirmaram que as práticas foram lideradas por oficiais de inteligência militar de seu país.
As afirmações foram feitas em depoimentos no julgamento da soldado Lynndie England, um dos sete acusados pelos abusos. Até agora, nenhum oficial militar foi acusado. O escândalo chocou o mundo e aumentou as críticas sobre os esforços dos EUA de estabilizar o Iraque em meio a uma violenta insurgência.
"Aquilo violava tudo em que acreditava e tudo o que havia sido ensinado sobre as regras da guerra", disse o sargento Joseph Darby em relação aos abusos. Ele foi o primeiro a denunciar os colegas pelas práticas.
O ex-sargento Kenneth Davis chegou a descrever um episódio em que militares de inteligência algemaram dois prisioneiros nus, forçaram que se abraçassem e então que confessassem a violação de um menino na prisão.
Em outro depoimento, o sargento Hydrue Joyner afirmou que Abu Ghraib era um lugar altamente perigoso porque "todo o sistema prisional era corrupto". Além disso, ele e muitos colegas não tiveram nenhum treinamento como guardas antes de irem para a prisão. "Ninguém sabia o que tinha de fazer."
O sargento disse que ele entregava, por conta própria, itens de higiene pessoal como sabão e pasta de dentes aos prisioneiros, que tinham de usar roupa de baixo femininas na falta de roupas apropriadas.


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