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Abu Ghraib era um inferno, diz soldado
DA REDAÇÃO
Soldados do Exército americano que testemunharam os abusos
cometidos por militares dos EUA
contra presos iraquianos em Abu
Ghraib descreveram ontem o lugar como um "inferno". Afirmaram que as práticas foram lideradas por oficiais de inteligência militar de seu país.
As afirmações foram feitas em
depoimentos no julgamento da
soldado Lynndie England, um
dos sete acusados pelos abusos.
Até agora, nenhum oficial militar
foi acusado. O escândalo chocou
o mundo e aumentou as críticas
sobre os esforços dos EUA de estabilizar o Iraque em meio a uma
violenta insurgência.
"Aquilo violava tudo em que
acreditava e tudo o que havia sido
ensinado sobre as regras da guerra", disse o sargento Joseph Darby
em relação aos abusos. Ele foi o
primeiro a denunciar os colegas
pelas práticas.
O ex-sargento Kenneth Davis
chegou a descrever um episódio
em que militares de inteligência
algemaram dois prisioneiros nus,
forçaram que se abraçassem e então que confessassem a violação
de um menino na prisão.
Em outro depoimento, o sargento Hydrue Joyner afirmou que
Abu Ghraib era um lugar altamente perigoso porque "todo o
sistema prisional era corrupto".
Além disso, ele e muitos colegas
não tiveram nenhum treinamento como guardas antes de irem
para a prisão. "Ninguém sabia o
que tinha de fazer."
O sargento disse que ele entregava, por conta própria, itens de
higiene pessoal como sabão e pasta de dentes aos prisioneiros, que
tinham de usar roupa de baixo femininas na falta de roupas apropriadas.
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