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Guerra no Oriente Médio
Israel sofre baixas recordes no conflito
Hizbollah matou ontem 15 israelenses, maior número num único dia; 14 libaneses foram mortos em ataques israelenses
Em dia em que a cidade de Haifa voltou a ser atacada, o chanceler da Síria afirmou que seu país está pronto para uma guerra regional
MICHEL GAWENDO
DE TEL AVIV
Os ataques do Hizbollah a Israel fizeram ontem o maior número de vítimas em 26 dias de
conflito -12 soldados da reserva e três civis-, todos atingidos
por foguetes dentro de território israelense. No Líbano, 14
pessoas morreram em ataques
israelenses.
A cidade de Haifa voltou a ser
alvejada e a Síria instruiu seu
Exército a responder de imediato a qualquer ataque de Israel. Os soldados foram atingidos por um foguete em um
acampamento na frente do kibutz Kfar Giladi, nas montanhas ao lado de Kiryat Shemone. Apesar da sirene de alerta,
eles não procuraram abrigo. Alguns dos mortos haviam recebido a ordem de apresentação
anteontem. Também foram
atingidas durante o dia as cidades de Nahariya, Tzfat, Rosh
Pina, Shlomi, Carmiel e comunidades nas colinas de Golã.
Cerca de 1 milhão de israelenses passaram mais um dia em
abrigos subterrâneos.
Haifa, a terceira maior cidade
de Israel, a 30 km da fronteira,
voltou a ser atingida ontem, depois de seis dias sem ser alvo de
foguetes. Nesse período, muitos moradores voltaram para a
cidade. Foram lançados pelo
menos 29 foguetes no início da
noite. As três pessoas morreram quando um casarão no
bairro antigo, onde a maioria
dos moradores é árabe, foi atingido e desabou. Outras 40 ficaram feridas, muitas delas presas nos escombros.
O Hizbollah disse que usou
foguetes Raad 2 no ataque. A
polícia israelense informou que
eles continham 45 kg de explosivos e bolas de metal para maximizar o número de vítimas. O
Exército de Israel afirmou que
destruiu o lançador dos foguetes que atingiram Haifa logo
depois dos disparos.
Os militares estimam que o
Hizbollah desistiu de esconder
os locais dos disparos e passou
a fazer ataques concentrados
em curto espaço de tempo, para
causar o maior número de vítimas antes do cessar-fogo, mesmo ao custo de ter os lançadores bombardeados por caças de
Israel. Pelo menos outros seis
pontos residenciais de Haifa foram bombardeados.Um foguete caiu perto do templo bahai e
provocou queda da eletricidade
na região nobre da cidade, no
Monte Carmel. Ao todo, cem
pessoas foram feridas, segundo
a Estrela de Davi Vermelha
-correspondente em Israel da
Cruz Vermelha. Desde o começo do conflito, 58 soldados e 36
civis israelenses foram mortos
por foguetes do Hizbollah.
Pronta
O ministro do Exterior da Síria, Walid Moallem, reuniu-se
em Beirute com o chanceler libanês, Fawzi Salloukh. Moallem disse, depois, que "a Síria
está pronta para uma possível
guerra regional se a agressão israelense continuar".
Moallem fez a declaração um
dias depois que pelo menos 38
cidadãos sírios foram mortos
em um bombardeio israelense
contra um armazém de frutas e
legumes perto da fronteira com
a Síria. "Se Israel atacar a Síria
por qualquer meio, nossa liderança ordenou às Forças Armadas responderem imediatamente", disse o ministro sírio.
Depois, em entrevista a canais árabes de televisão, ele disse que está disposto a "tornar-se um soldado de Hassan Nasrallah", o líder do Hizbollah.
Combates
As unidades de infantaria e
pára-quedistas israelenses
completaram ontem a invasão
da zona de exclusão de 6 km no
sul do Líbano, o que não impediu o Hizbollah de seguir disparando foguetes dessa região e
enfrentando tropas de israel.
Pelo menos cinco militares
de Israel foram feridos ontem.
Os israelenses disseram que
mataram dez membros do Hizbollah. Israel afirma também
ter capturado um dos milicianos que participaram do seqüestro dos dois soldados em
12 de julho, no episódio que desencadeou o conflito. Ele estaria sendo interrogado.
Israel estima ter matado até
agora mais de 300 dos mil combatentes da força regular do
Hizbollah. O grupo admite 52
baixas, e o governo libanês fala
em 90 guerrilheiros mortos.
Araques de Israel
Israel bombardeou ontem
pela primeira vez a região de Sidon, de onde teriam sido lançados os foguetes de longo alcance que atingiram a cidade de
Hadera, anteontem, a 49 km de
Tel Aviv. A Força Aérea disse
que despejou panfletos ordenando a população civil a deixar a área.
Bombardeios de Israel contra uma caminhonete que viajava perto de um comboio da
ONU na região de Tiro mataram dois civis. O Exército israelense informou que detectou
diversas explosões no carro depois do ataque, indicando que
carregava armas. A força aérea
atacou também outras áreas ao
redor de Tiro, e um civil morreu, de acordo com autoridades
libanesas.
Casas de líderes do Hizbollah
e escritórios do grupo, segundo
Israel, voltaram a ser bombardeadas nos subúrbios xiitas ao
sul de Beirute. O vale do Bekaa
também foi atingido pelos caças. Tropas da ONU no sul do
Líbano disseram que um morteiro disparado pelo Hizbollah
feriu três chineses da força internacional.
Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, 497 civis e 28 soldados libaneses já morreram
em ataques de Israel.
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