DA REDAÇÃO

Partidários do candidato da esquerda, Andres Manuel Lopez Obrador, ameaçaram ocupar o aeroporto da Cidade do México e o Congresso, em protesto contra a decisão da Justiça Eleitoral mexicana, que negou o pedido de recontagem integral dos votos da eleição presidencial do último 2 de julho, cujo resultado deixou Obrador em segunda colocação.
Desde 30 de julho, os manifestantes ocupam com um acampamento o centro cultual e financeiro da cidade, complicando o trânsito.
Obrador -para quem foi fraudulento o resultado do pleito, que deu vitória ao conservador Felipe Calderon- não deixou claro se apoiará as ocupações, mas pediu calma aos manifestantes e a manutenção dos protestos que bloquearam partes da cidade. "Vamos continuar com o nosso movimento pacífico de resistência", disse. A seu ver, os juízes que negaram a recontagem foram "legalmente fracos".
Segundo o Tribunal Eleitoral Federal, a recontagem total dos votos é proibida pela lei eleitoral e só seria possível se houvesse evidências de irregularidades.
Sete magistrados, porém, ordenaram ontem a recontagem de 11.839 urnas, cerca de 9% do total, nas quais haveriam problemas evidentes.
A margem que deu vitória a Calderon foi de 0,6%, ou de 240 mil votos. A recontagem não deve demorar mais do que cinco dias. O Tribunal tem até 6 de setembro para declarar um presidente eleito ou anular a votação.
Obrador acusa o presidente Vicente Fox, a quem chamou de traidor da democracia, de influenciar o pleito.