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Chavista será denunciada por 9 delitos
Terrorismo é um dos crimes atribuídos pela Promotoria à líder do ataque à Globovisión, segundo agência do governo
Lina Ron foi interrogada ontem pela Justiça; juíza decidiria se ela continuará presa ou se responderá as acusações em liberdade
DA REDAÇÃO
O Ministério Público da Venezuela atribuiu nove delitos
-entre eles o crime de terrorismo- à militante chavista Lina
Ron, suspeita de liderar nesta
semana o violento ataque à sede da emissora de TV Globovisión, que exerce oposição ao
presidente Hugo Chávez.
Imagens do ataque, gravadas
por funcionários da própria
emissora, mostram cerca de 30
pessoas do partido de Ron jogando bombas de gás lacrimogêneo enquanto invadiam o
prédio da TV na última segunda-feira. Os seguranças da
emissora foram imobilizados
pelo grupo e duas pessoas ficaram feridas.
Ron, que se entregou à polícia na terça-feira depois de ter a
prisão decretada, foi apresentada à Justiça na tarde de ontem
para depor. Na audiência, seria
definido se ela seguirá presa ou
responderá às acusações em liberdade. Não houve decisão até
o fechamento desta edição.
Apesar de a Agência Bolivariana de Notícias (ABN), alimentada pelo governo, divulgar a imputação de nove delitos
pela Promotoria à militante
chavista, foi citado apenas o crime de terrorismo, sem a confirmação dos outros oito. Já o Ministério Público não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Na terça, Chávez reagiu ao
ataque dizendo que já havia
alertado a aliada de que ações
"contrarrevolucionárias", como essa, davam "gás à burguesia" para criticá-lo. "[A burguesia] pega as imagens e diz que
ordenei, mas não [fui eu]."
Em meio a fortes reações internas e externas contra o ato, o
presidente afirmou ainda que a
"companheira Ron", dirigente
e fundadora da União Popular
Venezuelana (UPV), pequeno
partido que apoia Chávez, sentirá "o peso da lei".
A Globovisión, que apoiou o
frustrado golpe de Estado contra Chávez em 2002, tem sido
alvo de uma ofensiva do governo, que já aplicou multas e
ameaça cassar a licença de
transmissão do canal. O dono
da emissora, Guillermo Zuloaga, que foi proibido de deixar o
país sob acusação de fraude comercial, afirma que sofre perseguição política.
Recentes medidas do governo venezuelano, que tem restringido a liberdade de imprensa no país, motivaram o envio
de uma carta anteontem da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Cidh), ligada
à OEA, para o Estado da Venezuela. No comunicado, o órgão
expressa profunda preocupação pela situação da liberdade
de expressão no país.
O ataque violento à Globovisión, o fechamento de 34 emissoras de rádio na semana passada e uma "proposta" de "Lei
do Delito Midiático" foram o
foco do comunicado.
Com agências internacionais
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