São Paulo, sexta-feira, 07 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chavista será denunciada por 9 delitos

Terrorismo é um dos crimes atribuídos pela Promotoria à líder do ataque à Globovisión, segundo agência do governo

Lina Ron foi interrogada ontem pela Justiça; juíza decidiria se ela continuará presa ou se responderá as acusações em liberdade


DA REDAÇÃO

O Ministério Público da Venezuela atribuiu nove delitos -entre eles o crime de terrorismo- à militante chavista Lina Ron, suspeita de liderar nesta semana o violento ataque à sede da emissora de TV Globovisión, que exerce oposição ao presidente Hugo Chávez.
Imagens do ataque, gravadas por funcionários da própria emissora, mostram cerca de 30 pessoas do partido de Ron jogando bombas de gás lacrimogêneo enquanto invadiam o prédio da TV na última segunda-feira. Os seguranças da emissora foram imobilizados pelo grupo e duas pessoas ficaram feridas.
Ron, que se entregou à polícia na terça-feira depois de ter a prisão decretada, foi apresentada à Justiça na tarde de ontem para depor. Na audiência, seria definido se ela seguirá presa ou responderá às acusações em liberdade. Não houve decisão até o fechamento desta edição.
Apesar de a Agência Bolivariana de Notícias (ABN), alimentada pelo governo, divulgar a imputação de nove delitos pela Promotoria à militante chavista, foi citado apenas o crime de terrorismo, sem a confirmação dos outros oito. Já o Ministério Público não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Na terça, Chávez reagiu ao ataque dizendo que já havia alertado a aliada de que ações "contrarrevolucionárias", como essa, davam "gás à burguesia" para criticá-lo. "[A burguesia] pega as imagens e diz que ordenei, mas não [fui eu]."
Em meio a fortes reações internas e externas contra o ato, o presidente afirmou ainda que a "companheira Ron", dirigente e fundadora da União Popular Venezuelana (UPV), pequeno partido que apoia Chávez, sentirá "o peso da lei".
A Globovisión, que apoiou o frustrado golpe de Estado contra Chávez em 2002, tem sido alvo de uma ofensiva do governo, que já aplicou multas e ameaça cassar a licença de transmissão do canal. O dono da emissora, Guillermo Zuloaga, que foi proibido de deixar o país sob acusação de fraude comercial, afirma que sofre perseguição política.
Recentes medidas do governo venezuelano, que tem restringido a liberdade de imprensa no país, motivaram o envio de uma carta anteontem da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Cidh), ligada à OEA, para o Estado da Venezuela. No comunicado, o órgão expressa profunda preocupação pela situação da liberdade de expressão no país.
O ataque violento à Globovisión, o fechamento de 34 emissoras de rádio na semana passada e uma "proposta" de "Lei do Delito Midiático" foram o foco do comunicado.

Com agências internacionais



Texto Anterior: Gripe suína: Irã proíbe viagens a Meca no Ramadã
Próximo Texto: Organização de jornalistas é fechada no Irã
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.