São Paulo, sexta-feira, 07 de agosto de 2009

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Chinês, 15, morre em centro de reabilitação para vício em internet

Campos de tratamento de viciados na rede fazem propaganda na televisão e usam disciplina militar

DA ASSOCIATED PRESS

A China investiga a morte de um jovem que supostamente foi espancado até morrer em um campo cujo objetivo é tratar o vício em internet, informou a mídia estatal do país.
Deng Senshan, 15, morreu no domingo, menos de um dia depois de os seus pais o enviarem ao campo, na Província de Guangxi, informou a agência de notícias chinesa Xinhua.
O caso motiva apelos de especialistas em medicina por leis que regulamentem tais centros de tratamento. A preocupação quanto a esse tipo de comportamento é tão forte, e a demanda por reabilitação tão grande na China, que os centros fazem publicidade na TV.
Deng foi encontrado vomitando e levado a uma clínica, onde morreu. Seus colegas dizem que ele foi espancado por um professor.
A Xinhua cita declarações de representantes do governo local de que diversas marcas foram encontradas no corpo do jovem e informa que quatro treinadores do Campo de Treinamento de Salvação de Qihang foram presos.
A controvérsia quanto aos métodos usados no tratamento levou o ministro da Saúde a promulgar uma notificação, na semana passada, proibindo o uso de terapia de eletrochoque para o tratamento de viciados em internet em um hospital no leste da China.
Tao Ran, diretor da primeira clínica chinesa de tratamento de vício em internet, parte de um hospital militar em Pequim, disse que mortes como essa eram um risco, pois raros campos usam métodos científicos -a maioria opta por disciplina crua, ao estilo militar.
Tao disse que 40% dos viciados em internet também sofrem de distúrbio de deficiência de atenção e hiperatividade, e têm dificuldades para obedecer as ordens na reabilitação.
"Eles apresentam eficiência de apenas um quarto ou um quinto do normal, em sua vida acadêmica", disse. O vício em internet é um grande problema na China porque 200 milhões de usuários da internet no país têm entre 15 e 35 anos, e muitos deles não exercem autocontrole, de acordo com Tao.


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