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Sanções da ONU são inócuas contra Irã
Agência de energia atômica afirma que produção de urânio enriquecido pelo país persa cresceu 15% desde maio
Documento diz ainda que ao menos 22 kg são enriquecidos a 20%, patamar ideal para combustível de reatores
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A produção pelo Irã de
urânio enriquecido a níveis
baixos, primeiro passo para
uso em uma bomba nuclear,
cresceu 15% desde maio,
atingindo 2,8 toneladas.
A informação está em relatório da agência nuclear da
ONU sobre o país persa. Maio
foi quando o Irã sofreu uma
quarta rodada de sanções do
Conselho de Segurança das
Nações Unidas destinadas
justamente a atrasar seu programa nuclear.
Os iranianos sustentam
que a tecnologia nuclear será
utilizada apenas para fins
energéticos e médicos.
De acordo com a AIEA
(Agência Internacional de
Energia), responsável pelo
documento, o Irã, desde fevereiro de 2007, produziu
2.803 kg de urânio pouco
enriquecido, com pureza inferior a 5%, na usina de Natanz (centro do país).
Dessa reserva armazenada, cerca de 310 kg foram
usados para produzir ao menos 22 kg de urânio enriquecido a 20%, patamar considerado ideal para servir como combustível de reatores.
A AIEA diz que a mudança
significa maior domínio do
processamento de urânio. O
risco de fabricação de uma
bomba nuclear, que exige
enriquecimento a 90%, aumentou, conclui a agência.
Nas últimas semanas, altos funcionários do governo
Obama vêm se mostrando
preocupados com o avanço
das pretensões iranianas.
Como creem que o Irã do
presidente Mahmoud Ahmadinejad leve ao menos um
ano para transformar suas reservas em armas nucleares,
haveria tempo suficiente para uma reação militar.
REAÇÃO AMERICANA
"O relatório é perturbador", disse o porta-voz da Casa Branca Tommy Vietor.
O relatório também destaca que as autoridades iranianas expulsaram do país dois
dos seus mais experientes
agentes de fiscalização, além
de se recusarem, desde agosto de 2008, a responder indagações sobre a aplicação da
tecnologia nuclear em equipamentos militares.
Os iranianos alegam ter direito de recusar a presença
no país de agentes em que
não confiem.
"O Irã não oferece a cooperação necessária para permitir ao organismo confirmar
que todos os materiais nucleares do país são destinados para atividades pacíficas", lamentou o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano.
O governo iraniano rebateu. "O relatório deixa claro
que todas as atividades nucleares, particularmente o
enriquecimento, estão sob
supervisão da agência", disse Ali Asghar Soltanieh, representante do Irã na AIEA.
Na última sexta, o Japão,
seguiu EUA e União Europeia
e aprovou novas sanções
contra o Irã. Entre as medidas está o congelamento de
ativos vinculados ao desenvolvimento atômico do país.
Veja como funciona o
enriquecimento de
urânio
folha.com.br/mu794912
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