São Paulo, quarta-feira, 07 de setembro de 2011

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DIÁRIO DE TRÍPOLI

Culto à imagem de ditador ainda marca a capital

DO ENVIADO A TRÍPOLI

A tomada de Trípoli pelos rebeldes ainda não livrou totalmente a capital líbia de uma das marcas dos 42 anos do regime de Muammar Gaddafi: o desvairado culto à personalidade do ditador.
Centenas de murais com fotos de Gaddafi e exaltações a seu reinado que estavam espalhados pela cidade foram destruídos pelos rebeldes, mas muitos permanecem intactos.
Na avenida que liga o centro ao aeroporto internacional, dezenas de cartazes com o número 41 lembram o último aniversário do golpe que levou Gaddafi ao poder.
O de numero 42, que seria celebrado no dia 1º de setembro, ficou apenas nos planos do ditador. Ibrahim, estudante de informática que virou um dos líderes do conselho rebelde do distrito de Janzur, conta que todos os dias rasga cartazes do regime, mas sempre encontra outros, e a faxina continua.
Nas proximidades de Bab al Azizia, o complexo que abrigava a sede do regime, pôsteres do ditador se espalham pelo chão, queimados ou rasgados.
Quadros de Gaddafi que ornamentavam prédios oficiais agora servem de tapete. Limpar os pés no rosto do ditador virou ritual para adultos e crianças, que, às gargalhadas, tiram fotos em catarse coletiva. Mesmo contra a vontade, todos os líbios mantêm o rosto do odiado ditador no bolso.
Afinal, o dinar líbio com a figura de Gaddafi continua em circulação, enquanto novas cédulas são elaboradas.
(MARCELO NINIO)


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