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GUERRA SEM LIMITES
Em discurso, o presidente dos EUA diz que radicais islâmicos estão tentando "escravizar nações"
Para Bush, extremistas buscam "império"
DA REDAÇÃO
Em discurso proferido ontem
em Washington, o presidente dos
EUA, George W. Bush, reafirmou
sua intenção de manter as tropas
americanas no Iraque, em campanha no que chama de luta contra
o terrorismo, e disse que muçulmanos radicais querem fundar
um império intercontinental.
Para Bush, extremistas islâmicos estão tentando "escravizar nações inteiras e intimidar o mundo" e fizeram do Iraque seu principal campo de batalha na "luta
contra a civilização". Isso, disse, é
um motivo pessoal para não tirar
os soldados americanos do país.
O presidente dos EUA, que tem
enfrentado baixos índices de popularidade há meses em parte devido à sua incapacidade de impedir a morte de soldados americanos em confrontos diários no Iraque, ressaltou, no entanto, que as
dificuldades na luta contra o terror não devem ser subestimadas.
Disse ainda que "o ódio dos radicais existe desde antes de o Iraque
ser um problema".
"Os militantes acreditam que,
controlando um país [o Iraque],
terão o apoio das massas muçulmanas, o que lhes permitiria derrubar todos os governos moderados da região e estabelecer um
império islâmico radical da Espanha à Indonésia", disse George
W. Bush. "Contra tal inimigo",
emendou, "há apenas uma resposta efetiva: nós nunca recuaremos, nunca desistiremos e nunca
aceitaremos nada que não seja a
vitória completa".
Bush afirmou ainda que os radicais muçulmanos são auxiliados
por redes de corruptos que lhes
enviam dinheiro: "Nações como
Síria e Irã têm um longo histórico
de colaboração com terroristas e
elas não merecem paciência por
parte das vítimas do terrorismo".
Houve ainda chance para comparar o radicalismo islâmico com
a ideologia comunista, que são
"elitistas, liderados por uma auto-intitulada vanguarda que tem a
pretensão de falar pelas massas".
Sobre o terrorista Osama bin
Laden, o líder da rede Al Qaeda,
Bush disse "que cresceu em berço
de ouro" e "acha bom para os muçulmanos pobres que eles se tornem assassinos e suicidas. Ele diz
que se trata do caminho para o
paraíso, mas nunca se oferece para percorrer esse caminho".
11 de Setembro
O presidente Bush disse ainda
em seu discurso, proferido no National Endowment for Democracy -instituição não-governamental que se define como uma
"organização para fortalecer instituições democráticas no mundo"-, que, logo após os atentados de 11 de setembro de 2001, três
ataques terroristas aos EUA, planejados pela Al Qaeda, foram
frustrados. O mesmo aconteceu
com sete tentativas de atentado
em outros países, segundo ele.
À crítica de que a presença de
tropas americanas no Iraque está
fomentando as manifestações
violentas Bush respondeu que os
soldados não estavam lá no 11 de
Setembro. E disse também que,
apesar de a Rússia não haver
apoiado a invasão do Iraque, um
atentado em Beslan deixou mais
de 300 mortos, incluindo muitas
crianças, há cerca de um ano.
Deus
Segundo declaração do ministro da Informação da Autoridade
Nacional Palestina, Nabil Shaath,
divulgada ontem num excerto da
série "Israel and the Arabs" (Israel
e os árabes), da rede de TV britânica BBC, Bush disse que Deus lhe
pediu que invadisse o Iraque e o
Afeganistão, além de promover a
paz no Oriente Médio.
Shaath contou à BBC o que
Bush teria dito, em reunião com
ele e o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, em junho de 2003.
O porta-voz da Casa Branca,
Scott McClellan, disse que Bush
"nunca fez tais comentários".
Com agências internacionais
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