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Crise se transfere a Congresso na Bolívia
Presidente do Senado pede que Unasul fique no país após fim de diálogo entre Morales e governadores
DA REDAÇÃO
Com o fracasso da rodada de
negociações entre o presidente
Evo Morales e os governadores
rebeldes da Bolívia, o palco do
impasse em torno da nova
Constituição do país será agora
o Congresso, onde a oposição,
que domina o Senado, apela para que La Paz dê mais tempo
para a discussão do texto. Do
contrário, promete barrá-lo.
O pedido por uma revisão
ampla da Carta foi feito ontem
pelo presidente do Senado da
Bolívia, Oscar Ortiz, do conservador Podemos. Ortiz repete,
assim, a exigência dos governadores autonomistas, rejeitada
pelo governo e motivo do desfecho negativo do diálogo.
Morales aceita alterar o apenas o capítulo das autonomias
administrativas, a principal reivindicação dos departamentos.
O presidente do Senado pediu ainda que permaneçam no
país os organismos internacionais, entre eles a Unasul (União
de Nações Sul-Americanas). Os
observadores acompanharam
os 17 dias da rodada de negociações encerrada no domingo.
Ortiz diz que os facilitadores
internacionais serão testemunhas da ameaça ao Congresso
feita por movimentos sociais
pró-Moralesm, que prometem
cercar na semana que vem a sede do Legislativo, em La Paz,
para pressionar pela aprovação
da convocação dos dois referendos que faltam para promulgar a Carta, aprovada por
constituintes governistas em
2007. O governo, que planeja
passar as leis até o dia 15, já
usou a estratégia.
Considerando o quórum
completo nas duas Casas do
Congresso, o governo não garante os votos necessários à
aprovação, já que o Podemos,
segunda bancada no Legislativo, anunciou voto contra. Daí a
intenção de Morales de contar
com dissidentes do partido, independentes e com a pressão
dos movimentos sociais, acusados de impedir a entrada de
opositores no prédio.
Distensão e Unasul
Apesar dos apelos da oposição no Senado, os principais
governadores oposicionistas,
Rubén Costas (Santa Cruz) e
Mario Cossío (Tarija), não classificaram o diálogo de fracasso.
Também deixaram de rejeitar a
Constituição como ilegal, passando a pedir uma revisão do
registro eleitoral, num endosso
implícito dos referendos.
Repetiram que não houve
acordo, mas tampouco ruptura,
daí terem aceitado tirar uma
fotografia ao lado de Morales.
Costas foi questionado pela
imagem, num índice da pressão
regional contra a Carta. "Costas
explica porque saiu na foto", titutou o site do "El Deber", o
principal jornal de Santa Cruz.
Às TVs locais, o governador
cruzenho disse que a imagem
era a prova de que o diálogo gerou a pacificação do país que estava "à beira de uma guerra civil". Esse também foi o discurso
do ex-chanceler chileno, Juan
Gabriel Valdés, que chefiou a
missão da Unasul na Bolívia.
Com agências internacionais
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