São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2011

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BCs europeus lançam medidas anticrise

Banco Central Europeu e Banco da Inglaterra propõem ações para capitalizar os bancos e acelerar a economia

BCE decepcionou o mercado ontem ao manter em 1,5% a taxa básica anual de juros; FMI critica a medida

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os dois principais bancos centrais da Europa anunciaram, ontem, medidas de reação à crise econômica global. Enquanto o BCE (Banco Central Europeu) pretende ajudar instituições bancárias a se refinanciar, o Banco da Inglaterra quer injetar capital para acelerar a economia.
O pacote anunciado por Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, tem como foco permitir que bancos comerciais sejam fortalecidos. Em sua última coletiva de imprensa antes de passar o cargo ao italiano Mario Draghi, em novembro, Trichet afirmou querer "garantir que os bancos [...] não estejam limitados quanto à liquidez".
Mesmo economias consideradas fortes, como a da França e a da Alemanha, estão ameaçadas devido à exposição às dívidas de países do bloco, como a Grécia.
O banco franco-belga Dexia suspendeu ontem as operações na Bolsa, a serem retomadas na segunda-feira. Há temor de que a quebra da instituição contagie negativamente o bloco -como ocorrido em 2008 com o banco americano Lehman Brothers, cuja falência é vista como catalisadora da crise.
As medidas do BCE incluem a retomada do programa de compra de títulos bancários por um valor de até € 40 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões). A instituição não recorria a esse instrumento desde dezembro de 2009.

ACELERAÇÃO
Por sua vez, o Banco da Inglaterra retomou o programa de injeção de mais de 75 bilhões de libras (R$ 213 bi) na economia britânica -que não faz parte da zona do euro- para acelerá-la. A taxa de inflação está em 4,5%.
O BCE vai também oferecer aos bancos empréstimos de 12 meses, começando neste mês, e financiamento de 13 meses, com início em dezembro. A intenção dessa medida é reforçar os caixas dos bancos até o início de 2013.
A autoridade monetária da zona do euro decidiu manter a taxa básica de juros em 1,5% ao ano, em resposta à alta da inflação de 3% no mês passado, acima da meta de 2%.
Trichet afirma que a decisão do BCE sobre manter a taxa básica, que causou decepção em boa parte do mercado financeiro ontem, não foi unânime.
O FMI (Fundo Monetário Internacional), conhecido por privilegiar crescimento econômico a risco de inflação, indicou respeitar a escolha feita pelo BCE. Mas a instituição afirmou, por meio do porta-voz em Washington, acreditar que "há espaço para uma redução das taxas".
As Bolsas na Europa se animaram com as notícias de ontem. Frankfurt (3,15%), Londres (3,71%) e Paris (3,41%) fecharam em forte alta. No Brasil, a Bovespa encerrou em alta de 2,5%. Nos EUA, o índice Dow Jones (Nova York) teve aumento de 1,68%.


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