São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2011

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Americanos estão frustrados, diz Obama

Presidente comenta pela primeira vez movimento de rua contra o sistema financeiro, iniciado há três semanas

Em entrevista coletiva, americano defende ainda projeto que está tramitando no Senado para taxar fortunas

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Instado a opinar sobre o movimento Ocupe Wall Street, o presidente Barack Obama mostrou ontem simpatia pelo protesto contra os bancos e o desemprego nos EUA.
"Acho que [os protestos] expressam as frustrações que o povo americano sente", afirmou Obama a repórteres em sua primeira entrevista coletiva em semanas, convocada para defender seu plano de criação de empregos.
"Tivemos a maior crise financeira desde a Grande Depressão [nos anos 30], enormes danos colaterais pelo país na vida das pessoas e vemos os mesmos sujeitos que agiram de forma irresponsável combater o esforço para acabar com os abusos que criaram o problema." É a primeira vez que Obama comenta o movimento, que começou em Nova York há três semanas mas já se espalhou para cidades como São Francisco e Los Angeles.
Ontem, Washington foi palco de um protesto do grupo, embora com menos manifestantes do que seus similares. Embora não tenha chegado a se dizer a favor dos manifestantes, o presidente usou o tom mais populista a que tem recorrido nas últimas semanas e afirmou que os protestos dão vazão à "ampla frustração no país contra o sistema financeiro".
Aproveitou ainda para defender regras para o setor. A crise que eclodiu em 2008 resulta, em parte, de quase três décadas de desregulamentação promovida pelos presidentes Ronald Reagan, Bill Clinton e George W. Bush.
Os grandes bancos vêm tentando evitar a regulamentação tanto nos EUA quanto em fóruns internacionais, como Basileia, com o argumento de que encareceria seu funcionamento e secaria o crédito para empréstimos.
Na mesma toada, Obama elogiou a proposta dos democratas no Senado de criar uma alíquota extra, de 5%, sobre o imposto de renda daqueles que ganham mais de US$ 1 milhão ao ano.
A ideia é que a arrecadação extra financie o plano de empregos do presidente, de US$ 445 bilhões -cerca de metade usado em cortes de impostos na folha de pagamento, para estimular contratações.
Indagado sobre um projeto de lei para pressionar a China a parar de baixar artificialmente sua moeda, que o Senado votaria ontem, Obama desconversou.


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