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Embaixador da Venezuela elogia os EUA
Em discurso no Conselho das Américas, diplomata diz que os dois países "são no fundo parecidos" e cita parceria comercial
Petroleira patrocinou encontro; Bernardo Álvarez chama Thomas Shannon, enviado de Bush para a região, de "grande homem"
SÉRGIO DÁVILA
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
Estados Unidos e Venezuela
são no fundo parecidos. Toda a
América Latina quer Cuba de
volta. E Thomas Shannon, número 1 do Departamento de Estado para a América Latina, é
um grande homem. O autor das
frases é o representante nos
EUA do mesmo Hugo Chávez
que é o principal parceiro mundial de Fidel Castro e que chama Bush de "senhor perigo",
entre outras coisas.
Na visita que fez ao Conselho
das Américas, segunda à noite
em Nova York, depois de o governo venezuelano recusar por
anos seguidos convites dessa
associação comercial cujo objetivo é promover a agenda americana no hemisfério, o embaixador Bernardo Álvarez Herrera inaugurou seu discurso moderado em relação ao inimigo
do norte.
Falando em noite patrocinada pela gigante do petróleo
Chevron, o principal diplomata
de Chávez em Washington
agradou a platéia composta de
latinos, sim, mas também americanos da parte rica da Park
Avenue, em Manhattan, curiosos com o país que faz tanto barulho ao sul do México. "Venezuela e EUA podem fazer muito
mais juntos, porque de certa
maneira nós somos parecidos",
disse Álvarez, quando falava de
meio ambiente.
Para ele, Thomas Shannon, o
enviado de Bush para a região, é
um "grande homem, com muito entusiasmo e interesse, que
conhece muitíssimo bem a Venezuela e está tratando de ajustar a visão" que o atual governo
daqui tem do de lá. O diplomata
"é uma clara abertura em direção a outras coisas". Nada mais
natural, disse, uma vez que o
país é o segundo parceiro comercial dos EUA na América
Latina, atrás do México.
"O Texas, Estado do presidente, compra US$ 2,8 bilhões
por ano de nós, a Flórida, reduto conservador, US$ 2,6 bilhões", calculou. "Quando digo
isso a alguns senadores no Congresso, pessoas boas mas com
pouca experiência de mundo,
eles me perguntam: "Mas esse é
o mesmo Chávez'? Sim, é o
mesmo Chávez."
Mesmo Cuba, que tem na Venezuela sua principal parceira,
foi alvo de considerações inesperadas de Herrera. Depois de
criticar duramente a política de
Bush para o país, o embaixador
disse que "está claro que as pessoas em Cuba querem seguir
adiante". "Toda a América Latina quer ter Cuba de volta, mas
isso vai ser um processo, e esse
processo vai ser do jeito que os
cubanos decidirem."
Reféns
Em Caracas, Chávez, que deveria se reunir com representantes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), disse ontem que o grupo
pretende mostrar provas de
que os reféns em seu poder, incluindo a franco-colombiana
Ingrid Betancourt, estão vivos.
As negociações para a troca
de 45 reféns por cerca de 500
guerrilheiros presos têm o aval
colombiano. Mas Rodrigo
Granda, o chamado "chanceler" das Farc, disse ontem que
Bogotá está cercando os locais
onde se acredita estejam alguns
dos seqüestrados.
Com agências internacionais
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