São Paulo, segunda-feira, 07 de novembro de 2011

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Grego é mais nova vítima da crise do euro

Premiê George Papandreou anuncia saída e formação de governo de união; novo líder será apontado nesta semana

Oposição concorda em não antecipar eleições, que deverão ocorrer em 19 de fevereiro de 2012, como definido ontem

Yannis Behrakis/Reuters
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, chega à reunião de emergência com seu gabinete na manhã de ontem

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, e o líder da oposição, Antonis Samaras, concordaram com a criação de um governo de coalizão, do qual não fará parte o atual premiê.
Em comunicado, a Presidência grega confirmou que Papandreou (pronuncia-se "papandrêu") não vai liderar o futuro governo, a ser formado nos próximos dias.
Os dois rivais políticos chegaram a um acordo em uma reunião emergencial ontem com o presidente grego, Karolos Papoulias.
O nome do novo premiê será discutido em novo encontro de Papandreou e Samaras hoje. Entre os mais cotados para o posto estão o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, e o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu Lucas Papademos.
Ontem, Venizelos já se reuniu com líderes da oposição para discutir o cronograma do novo governo.
Papandreou e Samaras também chegaram a um acordo sobre a data das eleições: 19 de fevereiro. A decisão mostra uma concessão da oposição, que queria antecipar as eleições para dezembro.
A eleição, porém, só ocorrerá após a aprovação pelo Parlamento do pacote de ajuda europeia de 26 de outubro.
Um dos motivos do desgaste do premiê foi a tentativa de submeter o acordo a um referendo. Pressionado pelos parceiros europeus, recuou.

PASSAR O BASTÃO
Antes do encontro, Samaras reafirmou que só daria apoio a um governo de coalizão se Papandreou renunciasse. O premiê, por sua vez, disse que só deixaria o posto com a certeza de um governo interino que tenha como meta principal aprovar o novo resgate europeu ao país.
"Está claro que este governo vai passar o bastão, mas não vai passar para o vazio, vai passar para um novo governo", disse Papandreou.
Além de fazer passar pelo Parlamento grego o novo resgate europeu, a futura coalizão terá de completar a troca de títulos que reduzirá pela metade o valor das participações de credores privados da dívida grega e aprovar o Orçamento de 2012.
Ontem, a pressão da União Europeia sobre a Grécia aumentou. "Essa [coalizão] é a forma mais convincente de a Grécia restaurar a confiança e cumprir seus compromissos", disse o comissário Econômico europeu, Olli Rehn.
Papandreou é mais uma vítima da crise na zona do euro, que já resultou na queda de governos na Irlanda e em Portugal, e deve derrubar também o premiê espanhol, José Luiz Rodríguez Zapatero, nas eleições do dia 20.
Diante do acordo, as Bolsas da Ásia abriram em alta hoje.


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