São Paulo, segunda-feira, 07 de novembro de 2011

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A luta continua, diz grupo colombiano

Narcoguerrilha das Farc rejeita desmobilização, um dia após divulgação do assassinato de seu líder pelo governo

Alfonso Cano foi mais uma baixa sofrida pelo grupo nos últimos anos; nos EUA, agência que combate drogas celebra

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) rechaçaram ontem o convite à desmobilização feito pelo presidente do país, José Manuel Santos.
A guerrilha, que se financia por meio do tráfico de drogas, comunicou também que vai continuar lutando mesmo depois da morte do seu líder, Alfonso Cano, durante uma operação na última sexta (4).
Santos disse que os guerrilheiros que não largarem as armas "terminarão ou em uma prisão ou no túmulo".
O comunicado do secretariado das Farc diz que "a paz na Colômbia não nascerá de nenhuma desmobilização da guerrilha, mas da abolição definitiva das causas que geraram seu nascimento. Há uma política traçada, e é esta que irá continuar".
Alfonso Cano, que na verdade se chamava Guillermo León Sáenz Vargas, era o substituto do chefe e fundador das Farc, Manuel Marulanda (conhecido como Tirofijo), que morreu depois de sofrer um ataque cardíaco em março de 2008. Em setembro de 2010, Jorge Briceno (ou Mono Jojoy), número dois das Farc, foi morto por militares.
O comunicado informa ainda que essa "não será a primeira vez que os oprimidos e explorados da Colômbia choram um de seus grandes dirigentes".
Supostos guerrilheiros das Farc realizaram ontem o primeiro ataque após a morte de Cano. Na ação, um civil foi morto e três policiais, feridos.
Fundada em 1964 e hoje com cerca de 8.000 guerrilheiros, as Farc perderam outros dois dirigentes históricos nos últimos anos: Raul Reyes, morto durante um ataque aéreo contra o território do Equador, e Ivan Rios, assassinado por outro rebelde.
A família de Cano entrou com um pedido no Ministério Público para tirar o corpo do guerrilheiro da sede do Instituto Médico Legal em Bogotá. O irmão de Cano, o vereador na capital colombiana Roberto Sáenz Vargas, exige que as autoridades permitam que o corpo do líder das Farc tenha um enterro digno.
Em Washington, a responsável pela DEA, a agência antidrogas dos Estados Unidos, Michele Leonhart, comemorou a morte de Cano, o que considerou um "formidável golpe contra as Farc, a organização narcoterrorista mais importante do mundo".


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