|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Amorim vai amanhã ao Oriente Médio propor mediação
SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O chanceler Celso Amorim
embarca amanhã rumo ao
Oriente Médio, onde apresentará "ideias brasileiras" para
mediar a crise, segundo a Folha apurou.
O Itamaraty evita dizer que o
objetivo do giro, que levará
Amorim a Síria, Cisjordânia, Israel e Jordânia, seja apresentar
uma proposta de paz concreta.
A viagem atende ao desejo brasileiro de "arejar" as conversas
de paz com a inclusão de novos
mediadores, já que "os principais protagonistas" -leia-se os
EUA- falharam na mediação.
Na prática, Amorim apoiará
um cessar-fogo e o envio de
monitores -ideias já contempladas nas atuais gestões.
O Itamaraty divulgou quatro
comunicados sobre a guerra
em duas semanas. Nos textos,
"deplorou" os ataques israelenses a Gaza, considerando-os
uma "resposta desproporcional" ao foguetes do Hamas.
Os comunicados oficiais foram reforçados por declarações
do presidente Luiz Inácio Lula
de Silva e do próprio Amorim.
O Planalto tenta ainda articular, com apoio informal da
França, uma conferência mundial que reúna "países neutros", para se contrapor ao alinhamento incondicional de
Washington com Israel. O projeto caminha em silêncio.
As gestões ambiciosas traduzem a confiança adquirida pelo
Itamaraty após o Brasil ter sido
convidado pelos EUA -com o
aval de Israel- a participar como observador da Cúpula de
Annapolis (EUA), em 2007, que
tentou relançar o diálogo entre
israelenses e palestinos.
A participação coroou os esforços iniciados no primeiro
mandato de Lula de uma maior
presença brasileira no Oriente
Médio. Lula visitou seis países
e foi anfitrião da primeira Cúpula América do Sul-Países
Árabes (Caspa), em 2005. Apesar das críticas, o evento deu visibilidade ao Brasil e alavancou
as exportações brasileiras para
os países árabes, que dobraram
(US$ 8,91 bilhões em 2008).
A desconfiança de Israel em
relação ao Brasil foi reduzida
com a formalização do acordo
de livre comércio Mercosul-Israel, único acordo do tipo selado sob a gestão Lula.
Texto Anterior: Relator da ONU expulso de Israel vê crimes de guerra Próximo Texto: Reações: Hugo Chávez diz que está do lado da vida e da justiça Índice
|