São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Amorim vai amanhã ao Oriente Médio propor mediação

SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL

O chanceler Celso Amorim embarca amanhã rumo ao Oriente Médio, onde apresentará "ideias brasileiras" para mediar a crise, segundo a Folha apurou.
O Itamaraty evita dizer que o objetivo do giro, que levará Amorim a Síria, Cisjordânia, Israel e Jordânia, seja apresentar uma proposta de paz concreta. A viagem atende ao desejo brasileiro de "arejar" as conversas de paz com a inclusão de novos mediadores, já que "os principais protagonistas" -leia-se os EUA- falharam na mediação.
Na prática, Amorim apoiará um cessar-fogo e o envio de monitores -ideias já contempladas nas atuais gestões.
O Itamaraty divulgou quatro comunicados sobre a guerra em duas semanas. Nos textos, "deplorou" os ataques israelenses a Gaza, considerando-os uma "resposta desproporcional" ao foguetes do Hamas.
Os comunicados oficiais foram reforçados por declarações do presidente Luiz Inácio Lula de Silva e do próprio Amorim.
O Planalto tenta ainda articular, com apoio informal da França, uma conferência mundial que reúna "países neutros", para se contrapor ao alinhamento incondicional de Washington com Israel. O projeto caminha em silêncio.
As gestões ambiciosas traduzem a confiança adquirida pelo Itamaraty após o Brasil ter sido convidado pelos EUA -com o aval de Israel- a participar como observador da Cúpula de Annapolis (EUA), em 2007, que tentou relançar o diálogo entre israelenses e palestinos.
A participação coroou os esforços iniciados no primeiro mandato de Lula de uma maior presença brasileira no Oriente Médio. Lula visitou seis países e foi anfitrião da primeira Cúpula América do Sul-Países Árabes (Caspa), em 2005. Apesar das críticas, o evento deu visibilidade ao Brasil e alavancou as exportações brasileiras para os países árabes, que dobraram (US$ 8,91 bilhões em 2008).
A desconfiança de Israel em relação ao Brasil foi reduzida com a formalização do acordo de livre comércio Mercosul-Israel, único acordo do tipo selado sob a gestão Lula.


Texto Anterior: Relator da ONU expulso de Israel vê crimes de guerra
Próximo Texto: Reações: Hugo Chávez diz que está do lado da vida e da justiça
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.