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Acordo palestino deve pôr fim a boicote internacional, diz Abbas
DA REDAÇÃO
Reunidos em um palácio em
Meca com vista para o local
mais sagrado do islã, líderes das
duas principais facções palestinas prometeram ontem, na
abertura de uma cúpula sob patrocínio saudita, resolver suas
diferenças e formar um governo de união para afastar o crescente risco de guerra civil.
O primeiro dia do encontro
foi marcado pela declaração do
presidente Mahmoud Abbas,
do grupo secular Fatah, estabelecendo como prioridade um
acordo que não só pacifique os
territórios palestinos, mas que
ponha fim a seu isolamento internacional. O governo palestino sofre um boicote liderado
pelos Estados Unidos desde
que passou a ser controlado pelo grupo islâmico Hamas, em
janeiro de 2006.
"Queremos um governo de
união, que possa terminar o
bloqueio", Abbas disse à TV
saudita, tendo ao fundo a Kaaba, mesquita em cuja direção
muçulmanos de todo o mundo
se voltam ao rezar.
A tensão entre Fatah e Hamas agravou-se com a vitória
eleitoral do grupo islâmico e
deteriorou-se nos últimos meses. Só na última semana, mais
de 30 pessoas foram mortas.
Um novo cessar-fogo foi declarado na noite de domingo,
mas a violência não cessou. Ontem, um membro do Hamas foi
assassinado em Gaza.
Diante dos sinais de uma
guerra civil em gestação, os dirigentes reunidos em Meca
tentaram demonstrar que estão dispostos a vencer as divergências. Disposição carregada
de simbolismo, a começar pela
chegada do presidente Abbas
no mesmo carro de Khaled
Meshal, líder do Hamas que vive exilado na Síria.
Além de Meshal, participa
como representante do Hamas
o premiê Ismail Hanyieh.
Ao destacar a importância de
uma solução que encerre o bloqueio internacional, Abbas tocou num ponto crítico da negociação, o reconhecimento de Israel. Para ser aceito pelos principais doadores, EUA e União
Européia, o governo de união
precisa reconhecer o Estado judeu, o que o Hamas repudia.
O clima, porém, é de otimismo. Um assessor do presidente
Abbas disse que as bases do
acordo já foram estabelecidas e
ele pode ser anunciado em 48
horas. Meshal, líder da ala radical do Hamas, resumiu a urgência da situação. "Não temos alternativa, mas chegar a um
acordo", disse.
Com agências internacionais
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