São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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Acordo palestino deve pôr fim a boicote internacional, diz Abbas

DA REDAÇÃO

Reunidos em um palácio em Meca com vista para o local mais sagrado do islã, líderes das duas principais facções palestinas prometeram ontem, na abertura de uma cúpula sob patrocínio saudita, resolver suas diferenças e formar um governo de união para afastar o crescente risco de guerra civil.
O primeiro dia do encontro foi marcado pela declaração do presidente Mahmoud Abbas, do grupo secular Fatah, estabelecendo como prioridade um acordo que não só pacifique os territórios palestinos, mas que ponha fim a seu isolamento internacional. O governo palestino sofre um boicote liderado pelos Estados Unidos desde que passou a ser controlado pelo grupo islâmico Hamas, em janeiro de 2006.
"Queremos um governo de união, que possa terminar o bloqueio", Abbas disse à TV saudita, tendo ao fundo a Kaaba, mesquita em cuja direção muçulmanos de todo o mundo se voltam ao rezar.
A tensão entre Fatah e Hamas agravou-se com a vitória eleitoral do grupo islâmico e deteriorou-se nos últimos meses. Só na última semana, mais de 30 pessoas foram mortas.
Um novo cessar-fogo foi declarado na noite de domingo, mas a violência não cessou. Ontem, um membro do Hamas foi assassinado em Gaza.
Diante dos sinais de uma guerra civil em gestação, os dirigentes reunidos em Meca tentaram demonstrar que estão dispostos a vencer as divergências. Disposição carregada de simbolismo, a começar pela chegada do presidente Abbas no mesmo carro de Khaled Meshal, líder do Hamas que vive exilado na Síria.
Além de Meshal, participa como representante do Hamas o premiê Ismail Hanyieh.
Ao destacar a importância de uma solução que encerre o bloqueio internacional, Abbas tocou num ponto crítico da negociação, o reconhecimento de Israel. Para ser aceito pelos principais doadores, EUA e União Européia, o governo de união precisa reconhecer o Estado judeu, o que o Hamas repudia.
O clima, porém, é de otimismo. Um assessor do presidente Abbas disse que as bases do acordo já foram estabelecidas e ele pode ser anunciado em 48 horas. Meshal, líder da ala radical do Hamas, resumiu a urgência da situação. "Não temos alternativa, mas chegar a um acordo", disse.


Com agências internacionais


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