São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2011

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Ex-presidente fará "diplomacia paralela'

DE CARACAS
DO ENVIADO A DACAR

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acerta detalhes para começar na Venezuela, no mês que vem, a turnê latino-americana de promoção da "marca lulista" na integração Sul-Sul e na difusão dos programas sociais do governo brasileiro.
A ofensiva diplomática será a base do ainda incipiente Instituto Lula nos próximos meses. A cooperação com a África e a América Latina está entre os principais focos da entidade.
Na Venezuela, Lula deve se encontrar com Hugo Chávez antes mesmo da primeira reunião bilateral entre o venezuelano e Dilma Rousseff.
A turnê de Lula deve passar por quatro países da América Latina. Depois da Venezuela, vai a Cuba, também no próximo mês.
O roteiro sinaliza um esforço para manter a aliança com os governos de Raúl Castro e Chávez, principais opositores a Washington no continente.
Em seguida, Lula pretende ir a mais dois países governados por aliados: Nicarágua, de Daniel Ortega, e El Salvador, de Mauricio Funes.
Como ex-presidente, ele poderá pedir apoio ao Itamaraty em cada uma das viagens, como ocorreu nos últimos dois dias no Senegal.
Entre as regalias, estão carros oficiais e jantares oferecidos pelas embaixadas brasileiras.
Na Venezuela, Lula vai se reunir também com instituições brasileiras no país, entre elas a Caixa Econômica Federal e o Ipea.
Com a Caixa, o interesse de Lula é promover a criação de um cadastro único de programas sociais -uma das bases do êxito do Bolsa Família.
Também revisará o andamento de projetos considerados estratégicos na relação bilateral, como o eixo de integração com o norte do Brasil.
Ratificado no cargo no governo Dilma, o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou à Folha que vai conversar com o ex-chefe na quinta-feira, em Brasília, sobre a agenda venezuelana.
"A política externa quem conduz é o Itamaraty e o governo", pontuou.
O embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arvelaiz, tem a mesma preocupação de tentar evitar a mensagem de "diplomacia paralela". "Trate como um amigo que visita um outro amigo", diz ele.
(FLÁVIA MARREIRO E BERNARDO MELLO FRANCO)

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