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KOSOVO
Negociações avançam na França
Princípio de acordo é firmado
das agências internacionais
Representantes de origem sérvia
e os de origem albanesa, etnias que
disputam o controle sobre a Província de Kosovo (Iugoslávia),
aceitaram ontem os princípios de
um acordo de paz apresentados
durante as negociações que ocorrem em Rambouillet (França),
afirmaram mediadores ocidentais
à rede de TV CNN.
Entre os pontos do acordo, elaborado pelas potências ocidentais
que ameaçam atacar a região caso
continuem os conflitos, a Província, provisoriamente, teria autonomia, mas continuaria a integrar a
Sérvia por mais três anos.
Kosovo também seria servida
por uma força policial que reflita a
composição étnica da região (90%
de origem albanesa e 10% sérvios)
e haveria a assinatura de uma trégua entre as etnias.
Segundo um mediador ocidental
que não quis se identificar, os pontos acertados foram um bom passo
à frente na solução da disputa, mas
o problema estaria nas discussões
que vão definir o tipo de autonomia que será dada à Província separatista.
Os conflitos na região, iniciados
há 11 meses, já deixaram ao menos
2.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.
As negociações foram formalmente iniciadas no sábado pelo
presidente da França, Jacques Chirac. "Exorto os senhores a deixarem que as forças da vida triunfem
sobre o mal", afirmou Chirac.
Os diálogos começaram efetivamente apenas ontem. As potências
ocidentais exigem que um acordo
seja assinado até, no máximo, o dia
19 deste mês.
Um impasse de última hora quase impediu o início da cúpula de
paz. As autoridades sérvias não
queriam permitir o embarque de
representantes do Exército de Libertação de Kosovo (ELK) e disseram que não iriam negociar com a
guerrilha, considerada por Belgrado um grupo terrorista.
Os representantes da etnia albanesa se recusavam a sentar à mesa
de negociações sem os membros
do ELK. Pressionados por autoridades ocidentais, os sérvios acabaram cedendo.
As partes estão reunidas no castelo de Rambouillet, a 50 km de Paris, mas permanecem em salas separadas enquanto os mediadores
realizam a comunicação entre eles.
"Nós nos esbarramos nos corredores, trocamos olhares, mas nada
mais", disse Vojislav Zivkovic, um
dos delegados sérvios, referindo-se aos negociadores de origem albanesa.
Mesmo separadas, as partes rivais concordaram em divulgar ontem um comunicado conjunto
condenando um atentado a bomba
ocorrido no sábado em Pristina,
capital de Kosovo. No ataque, cuja
autoria não foi reivindicada, morreram três pessoas.
A maior parte dos 2 milhões de
habitantes de Kosovo é de origem
albanesa e adepta do islamismo.
A Província, porém, faz parte da
Sérvia (uma das Repúblicas que
compõem a Iugoslávia), que é habitada majoritariamente por cristãos-ortodoxos de origem sérvia.
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