São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2006

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"EIXO DO MAL"

Para Cheney, "opções estão na mesa" para Teerã

Irã verá conseqüências se insistir em plano nuclear, afirma Cheney

DA REDAÇÃO

Os EUA não permitirão que o Irã obtenha armas nucleares, e Teerã vai encarar "conseqüências significativas" se insistir em desafiar a comunidade internacional, disse ontem o vice-presidente americano, Dick Cheney. A despeito das recomendações contrárias dos EUA e da Europa, Teerã retomou em janeiro seu programa de enriquecimento de urânio.
A administração do presidente George W. Bush, temendo que o projeto busque desenvolver armas nucleares, defende que o Irã seja denunciado ao Conselho de Segurança (CS) da ONU. O CS tem competência para aplicar sanções, como embargos.
Cheney, em seu discurso ao Aipac (lobby americano pró-Israel), esclareceu que os EUA "mantêm todas as opções na mesa".
O dia de ontem teve outras frentes de discussão. Em Viena, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), ligada à ONU e responsável pela vistoria em instalações nucleares no mundo, reuniu-se para dar continuidade aos debates sobre o caso iraniano.
Em Washington, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, reuniu-se com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. Depois da reunião, ela declarou: "Os EUA foram bem claros. O enriquecimento [de urânio] e o reprocessamento em solo iraniano não são aceitáveis".
Lavrov usou a ocasião para desmentir que a Rússia defendesse a proposta de permitir o enriquecimento de urânio em pequena escala no Irã, divulgada ontem pela imprensa e rejeitada pelos EUA.
Mesmo em pequena escala, a pesquisa nuclear iraniana pode chegar ao desenvolvimento de armas atômicas em menos de uma década, afirmam analistas. Nesse temor justifica-se a intransigência americana, resumida ontem no discurso de Cheney: "O regime iraniano precisa saber que, se continuar na atual direção, a comunidade internacional está preparada para impor conseqüências significativas".


Com agências internacionais

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