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Participação do Hamas no ataque a estudantes judeus é controversa
Grupo reivindica morte de oito seminaristas em Jerusalém, mas depois recua
DA REDAÇÃO
Prosseguia ontem a confusão
em torno da participação direta
do grupo radical islâmico Hamas no atentado que na quinta-feira matou oito adolescentes
de um colégio de ensino talmúdico, em Jerusalém.
Um porta-voz não identificado do Hamas disse à Reuters,
na faixa de Gaza, que seu grupo
assumia "a plena responsabilidade pela operação".
Mas a versão era desmentida
pelo diretor da rádio Al-Aqsa,
de propriedade do grupo, para
quem a reivindicação anterior
da ação se devia a "uma confusão de informações".
Abu Obeida, porta-voz do
Hamas que em geral assume a
paternidade de atos do grupo,
afirmou não ter ainda a "honra"
de reivindicar o atentado.
Em Gaza, a morte dos oito estudantes -eles pertenciam a
uma instituição que apóia a instalação de assentamentos na
Cisjordânia- foi amplamente
comemorada em passeata. O
serviço de alto-falantes anunciava que o terrorista que disparou contra 80 adolescentes
judeus em biblioteca era motorista do seminário, informação
negada pela polícia israelense.
Israel investiga
Mark Regev, porta-voz do governo israelense, disse que "as
investigações prosseguem para
que saibamos quem está por
trás desse terrível atentado".
O terrorista, Alaa Abu
Dheim, de 25 anos, morto por
policiais, foi descrito pela irmã
como "religioso", mas sem vínculos com organizações militantes. Estava "comovido" com
as operações militares de Israel
em Gaza, que mataram 125 palestinos, parte deles civis.
Dheim era originário de Jabel Mukaber, aldeia próxima de
Jerusalém Oriental. Os palestinos dessa origem possuem carteira de identidade israelense,
Isso lhes permite circular livremente -o que não ocorre com
moradores na Cisjordânia e,
menos ainda, de Gaza.
O sepultamento das vítimas,
todas entre 15 e 19 anos, exceto
uma delas, de 26 anos, foi
acompanhado ontem por milhares de pessoas, que, lideradas por um rabino, recitavam
versículos do livro dos Salmos.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, telefonou ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, exortando-o a
não romper as negociações de
paz com os israelenses.
O Conselho de Segurança da
ONU não chegou a votar resolução condenando o ato terrorista, em razão de manobra da
Líbia (que não é membro permanente), sob o argumento de
que seria também necessário
condenar Israel por suas incursões militares em Gaza.
Com agências internacionais
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