São Paulo, sábado, 08 de março de 2008

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Participação do Hamas no ataque a estudantes judeus é controversa

Grupo reivindica morte de oito seminaristas em Jerusalém, mas depois recua

DA REDAÇÃO

Prosseguia ontem a confusão em torno da participação direta do grupo radical islâmico Hamas no atentado que na quinta-feira matou oito adolescentes de um colégio de ensino talmúdico, em Jerusalém.
Um porta-voz não identificado do Hamas disse à Reuters, na faixa de Gaza, que seu grupo assumia "a plena responsabilidade pela operação".
Mas a versão era desmentida pelo diretor da rádio Al-Aqsa, de propriedade do grupo, para quem a reivindicação anterior da ação se devia a "uma confusão de informações".
Abu Obeida, porta-voz do Hamas que em geral assume a paternidade de atos do grupo, afirmou não ter ainda a "honra" de reivindicar o atentado.
Em Gaza, a morte dos oito estudantes -eles pertenciam a uma instituição que apóia a instalação de assentamentos na Cisjordânia- foi amplamente comemorada em passeata. O serviço de alto-falantes anunciava que o terrorista que disparou contra 80 adolescentes judeus em biblioteca era motorista do seminário, informação negada pela polícia israelense.

Israel investiga
Mark Regev, porta-voz do governo israelense, disse que "as investigações prosseguem para que saibamos quem está por trás desse terrível atentado".
O terrorista, Alaa Abu Dheim, de 25 anos, morto por policiais, foi descrito pela irmã como "religioso", mas sem vínculos com organizações militantes. Estava "comovido" com as operações militares de Israel em Gaza, que mataram 125 palestinos, parte deles civis.
Dheim era originário de Jabel Mukaber, aldeia próxima de Jerusalém Oriental. Os palestinos dessa origem possuem carteira de identidade israelense, Isso lhes permite circular livremente -o que não ocorre com moradores na Cisjordânia e, menos ainda, de Gaza.
O sepultamento das vítimas, todas entre 15 e 19 anos, exceto uma delas, de 26 anos, foi acompanhado ontem por milhares de pessoas, que, lideradas por um rabino, recitavam versículos do livro dos Salmos.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, telefonou ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, exortando-o a não romper as negociações de paz com os israelenses.
O Conselho de Segurança da ONU não chegou a votar resolução condenando o ato terrorista, em razão de manobra da Líbia (que não é membro permanente), sob o argumento de que seria também necessário condenar Israel por suas incursões militares em Gaza.


Com agências internacionais


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