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Listas do Fundo Monetário e da CIA coincidem
DE WASHINGTON
O FMI tem uma lista de países da América Latina "em observação", por sua situação econômica preocupante. Pela primeira vez, ela coincide com a da
CIA. Além da África, a região é o
outro continente mais frequentemente mencionado nos
depoimentos dos chefes de inteligência obamistas. A atenção
especial deriva da lembrança
do caos dos anos 80 e 90, quando países faliram e governos
caíram em efeito dominó.
Num encontro com repórteres no dia 24 último em Langley, na Virgínia, sede da CIA,
Leon Panetta respondia a uma
pergunta sobre o Resumo de
Inteligência Econômica quando tocou no assunto. O objetivo
dos relatórios, dizia, é "tentar
dar aos autores das políticas
uma sensação sobre o que está
acontecendo para que eles possam levar isso em consideração
na hora de tomar decisões".
Instado por um jornalista,
elencou os lugares que mereciam atenção da agência. A recessão, disse, "está começando,
obviamente, a ter impacto não
só na China e em outros países
pela Europa". "Acabei de encontrar com alguém da América Latina que discutiu o fato de
que há alguns problemas sérios
aos quais nós temos de prestar
atenção que envolvem instabilidade econômica."
Indagado sobre quais países,
respondeu: "A preocupação envolvia particularmente Argentina, Equador e Venezuela".
Vinte dias antes, em respostas
por escrito em seu processo de
confirmação pelo Senado, disse
que estava preocupado por que
a CIA "não dirigia recursos suficientes para uma série ampla
de desafios de inteligência, como Rússia, China, o esfriamento econômico global, assim como governos fracos e instáveis
em lugares como África e América Latina".
Com a reação negativa, principalmente da Argentina, Panetta voltaria atrás, e o Departamento de Estado norte-americano diria que ele apenas reproduziu o que ouviu de outra
pessoa. O fato é que, diplomacia
a parte, a possibilidade de fracasso econômico dos três governos esquerdistas preocupa
os Estados Unidos.
Dessa vez, no entanto, não
apenas pelo aspecto ideológico
mais amplo -o senso comum
diz que a crise poderia incentivar aventuras populistas em
outros países-, mas pelo contágio financeiro que a quebra
de um dos três poderia levar a
um continente que, em geral,
vem se saindo melhor que o esperado na atual recessão.
(SD)
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