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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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Annan diz que ONU legitimaria transição

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que a participação da entidade no trabalho de pós-guerra no Iraque legitimaria a reconstrução do país. "Há muitas áreas nas quais a ONU pode atuar, mas, acima de tudo, o envolvimento da ONU traz legitimidade, que é necessária para o país, para a região e para as pessoas ao redor do mundo", disse.
Annan evitou entrar em detalhes sobre qual exatamente será o papel da entidade no Iraque, a grande discussão neste momento -pouco disse além de esperar que a função seja "importante".
"A ONU tem uma boa experiência no sentido de facilitar a emergência de uma nova administração. Fizemos alguns trabalhos de reconstrução", afirmou.
Ele indicou, porém, que considera a situação iraquiana diferente das do Timor Leste e de Kosovo, onde a entidade se envolveu no comando do pós-guerra. "É preciso ter cuidado. Cada crise tem suas próprias peculiaridades. O Iraque não é o Timor Leste e não é Kosovo. Há pessoas treinadas, há um efetivo civil razoável, há engenheiros e outros que podem ajudar seu próprio país."
Annan se reuniu ontem com os 15 membros do Conselho de Segurança. Na semana passada, falou com representantes de todos os 191 membros da ONU sobre o assunto. Amanhã, viaja para a Europa. Vai a Londres, Paris, Berlim e Moscou para tentar costurar um acordo -França, Alemanha e Rússia, além da China, são os países que mais se opõem a um comando americano no Iraque após o conflito.
Quando questionado sobre o americano Jay Garner, já nomeado pelo governo dos EUA para encabeçar a administração do Iraque, Annan foi genérico: "Bem, pelo que sei, eles vêem isso como parte do esforço de guerra, para tentar pacificar a situação e deixar um ambiente seguro antes de passar para o próximo estágio".


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