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Tensão e dúvida marcam final da campanha
DO ENVIADO ESPECIAL A LIMA
Os três candidatos à Presidência do Peru com chances de
chegar ao segundo turno na
eleição de amanhã encerraram
a campanha anteontem à noite
em showmícios concorridos,
nos quais não faltaram promessas vagas, apresentações
musicais e ataques mútuos.
Primeiro colocado na maioria das pesquisas, o nacionalista Ollanta Humala, da coalizão
União Pelo Peru, escolheu o
seu principal reduto eleitoral
-Arequipa- para o último
ato. Sempre acompanhado da
mulher, Nadine, repetiu o discurso de crítica aos "políticos
tradicionais" e ao "neoliberalismo", prometendo vencer "a
ditadura fascista dos economicamente poderosos".
Na linha de Hugo Chávez
(Venezuela) e Evo Morales
(Bolívia), Humala reiterou a
promessa de rever os contratos
da multinacionais que exploram os recursos naturais. "Para
conseguir a justiça social, faremos mudanças sem violência,
ao contrário do que dizem nossos opositores."
Em Lima, onde vence com
ampla vantagem, a direitista
Lourdes Flores, da frente Unidade Nacional, fez um imenso
comício na região central. Aludindo aos adversários, pediu
aos eleitores "que não entreguem a pátria a aventureiros
improvisados nem repitam velhos fracassos da política econômica e social que só trouxeram mais fome e desespero".
Pouco mais tarde, também
no centro de Lima, o ex-presidente Alan García (1985-90), de
centro-esquerda, prometeu a
algumas dezenas de milhares
de pessoas que, "desta vez, não
os frustarei". Sobre os adversários, o candidato do tradicional
Partido Aprista Peruano
(Apra) disse que "de um lado,
está a direita dos grandes capitais e, de outro, um agitador".
Indefinição
A campanha peruana chega
ao fim mergulhada na incerteza -o único consenso das últimas pesquisas é de que haverá
um segundo turno, no mês que
vem. Para o instituto Apoyo, tido como o mais confiável, Humala (31%) continua à frente
na corrida, enquanto Flores
(26%) tenta segurar a tendência de ascensão de García
(23%). O instituto deve divulgar nova pesquisa hoje.
Já o instituto CPI mostra empate técnico com uma ligeira
vantagem de Flores, seguida de
Humala e de García. Uma terceira pesquisa, divulgada ontem pela Datum Internacional,
coloca Humala com 26% e García e Flores com 24%, indicando também um empate técnico
entre os três.
Uma série de acusações marcou a reta final da campanha,
sobretudo contra Humala. Entre outras coisas, seus adversários dizem que o levante militar
promovido por ele no fim de
2000 visava facilitar a fuga do
assessor presidencial Vladimiro Montesinos, envolvido num
megaescândalo de corrupção.
Humala negou ter envolvimento com Montesinos e disse
que o levante visava debilitar o
governo do então presidente
Alberto Fujimori.
(FM)
Com agências internacionais
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