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Obama vai a Bagdá e pede que iraquianos "assumam país"
Em primeira visita-surpresa ao Iraque, presidente cobra o fim de tensões sectárias
Americano volta a defender solução de dois Estados no conflito entre palestinos e israelenses, rejeitada pelo atual governo de Israel
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, Barack Obama, fez ontem uma visita-surpresa ao Iraque, onde
pediu aos iraquianos que assumam a "responsabilidade pelo
seu país" e cobrou o fim das disputas sectárias.
Foi a primeira ida de Obama
ao Iraque desde sua eleição, em
novembro, com a promessa de
pôr fim à presença militar americana no país invadido pelos
EUA e seus aliados em 2003.
O presidente desembarcou
com uma mensagem clara às
centenas de soldados americanos que o receberam em Bagdá
num clima de festa e euforia.
"Vocês deram ao Iraque a
oportunidade de se manter sozinho como país democrático, e
isso é uma conquista extraordinária. É hora de fazermos a
transição para os iraquianos e,
para isso, eles precisam fazer
ajustes políticos", afirmou, arrancando aplausos.
Obama pediu aos iraquianos
que "superem suas divergências por meios constitucionais
e legais". Ele se referia às disputas étnico-confessionais iniciadas após a derrubada do regime
de Saddam Hussein.
Ao defenestrar a elite sunita
minoritária ligada ao ditador e
permitir a ascensão de xiitas e
curdos, a invasão levou a um
cenário de guerra civil.
Apesar da diminuição da violência nos últimos meses, a situação no país ainda é delicada
-atentados deixaram ao menos 45 mortos desde segunda.
A promessa de Obama é tirar
do Iraque pelo menos 90 mil
dos 142 mil soldados atualmente no Iraque antes de agosto de
2010 e aumentar a presença
americana no Afeganistão.
Ainda ficarão até o final de
2011 -prazo final estabelecido
em acordo com o Iraque ainda
sob Bush- entre 35 mil e 50
mil militares dos EUA para formar forças iraquianas.
Em conversa ontem com o
premiê Nuri al Maliki, Obama
prometeu cumprir o prazo e
disse que os EUA não querem
nem o território nem os recursos iraquianos.
Recado a Israel
Antes de seguir para Bagdá, o
presidente americano encerrou visita à Turquia conversando com universitários em Istambul. Na conversa, ele instou
palestinos e israelenses a buscarem um acordo de paz que
será, segundo ele, "baseado em
dois Estados lado a lado".
"É preciso vontade política e
coragem por parte dos líderes",
disse Obama, num recado ao
novo governo de Israel, que rejeita a solução de dois Estados.
O chanceler israelense, Avigdor Liberman, respondeu que
os atuais esforços alcançaram
um "beco sem saída" e que Israel apresentará "novas ideias".
Com agências internacionais
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