São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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Obama vai a Bagdá e pede que iraquianos "assumam país"

Em primeira visita-surpresa ao Iraque, presidente cobra o fim de tensões sectárias

Americano volta a defender solução de dois Estados no conflito entre palestinos e israelenses, rejeitada pelo atual governo de Israel


DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, Barack Obama, fez ontem uma visita-surpresa ao Iraque, onde pediu aos iraquianos que assumam a "responsabilidade pelo seu país" e cobrou o fim das disputas sectárias.
Foi a primeira ida de Obama ao Iraque desde sua eleição, em novembro, com a promessa de pôr fim à presença militar americana no país invadido pelos EUA e seus aliados em 2003.
O presidente desembarcou com uma mensagem clara às centenas de soldados americanos que o receberam em Bagdá num clima de festa e euforia.
"Vocês deram ao Iraque a oportunidade de se manter sozinho como país democrático, e isso é uma conquista extraordinária. É hora de fazermos a transição para os iraquianos e, para isso, eles precisam fazer ajustes políticos", afirmou, arrancando aplausos.
Obama pediu aos iraquianos que "superem suas divergências por meios constitucionais e legais". Ele se referia às disputas étnico-confessionais iniciadas após a derrubada do regime de Saddam Hussein.
Ao defenestrar a elite sunita minoritária ligada ao ditador e permitir a ascensão de xiitas e curdos, a invasão levou a um cenário de guerra civil.
Apesar da diminuição da violência nos últimos meses, a situação no país ainda é delicada -atentados deixaram ao menos 45 mortos desde segunda.
A promessa de Obama é tirar do Iraque pelo menos 90 mil dos 142 mil soldados atualmente no Iraque antes de agosto de 2010 e aumentar a presença americana no Afeganistão.
Ainda ficarão até o final de 2011 -prazo final estabelecido em acordo com o Iraque ainda sob Bush- entre 35 mil e 50 mil militares dos EUA para formar forças iraquianas.
Em conversa ontem com o premiê Nuri al Maliki, Obama prometeu cumprir o prazo e disse que os EUA não querem nem o território nem os recursos iraquianos.

Recado a Israel
Antes de seguir para Bagdá, o presidente americano encerrou visita à Turquia conversando com universitários em Istambul. Na conversa, ele instou palestinos e israelenses a buscarem um acordo de paz que será, segundo ele, "baseado em dois Estados lado a lado".
"É preciso vontade política e coragem por parte dos líderes", disse Obama, num recado ao novo governo de Israel, que rejeita a solução de dois Estados.
O chanceler israelense, Avigdor Liberman, respondeu que os atuais esforços alcançaram um "beco sem saída" e que Israel apresentará "novas ideias".

Com agências internacionais


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