São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

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Repercussão

EUA saúdam escolha de conservador

DA REDAÇÃO

O governo do presidente americano, George W. Bush, espera restabelecer uma relação privilegiada com a França com a eleição de Nicolas Sarkozy, depois de um período de deterioração provocado pela oposição do presidente Jacques Chirac à guerra no Iraque. O entusiasmo da Casa Branca se refletiu na imprensa americana, que dedicou manchetes saudando a escolha de um presidente francês pró-Estados Unidos.
"Sarkozy pode escrever a história e desenhar um novo papel para a França no mundo", escreveu o "Wall Street Journal". No entanto, o especialista em relações franco-americanas Simon Serfaty, do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CEIE), acredita que não haverá mudanças radicais na diplomacia francesa, particularmente com relação ao Oriente Médio.
A opinião dele é compartilhada por Michael Moran, do Conselho de Relações Exteriores: "À medida que a campanha eleitoral avançava, Sarkozy se distanciou prudentemente de Washington e reafirmou sua oposição à guerra no Iraque".
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, expressou confiança nas chances de Sarkozy reorientar a França no rumo da integração européia. Mas as autoridades de Bruxelas estão preocupadas com algumas promessas do novo presidente, inspiradas na sua visão de política comercial, que inclui um forte protecionismo nacional e europeu. Durante a campanha, Sarkozy culpou várias vezes o Banco Central Europeu pela valorização do euro -que, na sua opinião, prejudica a competitividade da Europa. Sarkozy é visto como menos comprometido com o lobby agrícola, mas seu chamado para reativar o princípio da "preferência comunitária" lembra, para muitos em Bruxelas, os anos 1960, ou soa como uma tentativa de erguer uma "fortaleza Europa", em lugar de aderir à globalização.

Turquia
O pretendido ingresso da Turquia na União Européia deve provocar muitos conflitos entre o novo governo francês e a UE. Sarkozy se opõe à candidatura turca ao bloco europeu, contrariamente à posição aprovada por unanimidade pelos Estados-membros, que votaram pelas negociações. "Se um ou alguns Estados-membros quiserem mudar ou questionar o mandato da UE para levar adiante as conversações, terão de tomar a iniciativa de assumir a responsabilidade pelas conseqüências", afirmou Durão Barroso.


Com agências internacionais


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