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Timor vai às urnas amanhã após 1º turno contestado
Timorenses optam entre o Nobel da Paz Ramos Horta e o candidato da Fretilin, Lu-Olo
Segurança foi reforçada após violência e acusações de fraude do turno inicial, há um mês; eleição é a primeira desde independência plena
DA REDAÇÃO
Um mês após o primeiro turno das eleições presidenciais,
marcado por acusações de manipulação, os timorenses decidirão amanhã seu futuro presidente. Os dois finalistas para a
sucessão de Xanana Gusmão
-o premiê José Ramos Horta,
Nobel da Paz de 1996, e Francisco Guterres, conhecido como Lu-Olo, candidato da Fretilin (Frente Revolucionária de
Timor Leste Independente)-
são antigos parceiros na luta
contra a ocupação indonésia.
Segundo a agência France
Presse, Ramos Horta é o favorito, o que mostra uma reversão
da tendência observada no primeiro turno, quando sua candidatura obteve 22% dos votos,
contra 28% de Guterres.
Se acontecer a esperada queda no número de votos para o
candidato da Fretilin, será confirmado o desgaste deste partido no cenário político timorense. Embora ainda seja respeitada por ter liderado a luta de independência da Indonésia
(1975-1999), a Fretilin, que
ocupa 55 das 88 cadeiras da Assembléia Legislativa, vem sendo acusada de utilizar o aparato
do Estado em seu benefício nas
eleições. Ainda de acordo com a
France Presse, nos últimos
dias, timorenses têm recebido
um saco de arroz em troca de
uma promessa de voto. Há também rumores de tráfico de cédulas eleitorais.
Violência e fraude
As eleições ocorrem sob forte
esquema de segurança montado para evitar incidentes e as
acusações de fraude e manipulação registradas no primeiro
turno. Mais de 4.000 policiais e
cerca de mil militares de uma
força internacional farão a segurança do pleito. Observadores estrangeiros devem supervisionar votação e apuração.
Em fevereiro deste ano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, recomendou ao Conselho de Segurança que o mandato da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor Leste
(UNMIT) fosse prolongado por
um ano e que seu contingente
fosse reforçado.
O pedido advém do clima de
instabilidade em que o país vive
desde a onda de violência entre
abril e maio de 2006, quando
cerca de 100 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas. A
UNMIT deve passar a contar
com cerca de 1.600 policiais,
além dos funcionários militares e civis.
Com cerca de 1 milhão de habitantes e uma área pouco superior a 15 mil km2 (menor que
o Estado de Sergipe), Timor
Leste foi colônia portuguesa
até 1975. Anexado como Província da Indonésia em 1976,
tornou-se independente após
plebiscito patrocinado pela
ONU em 1999. Permaneceu
sob a administração da ONU
até maio de 2002, quando passou a ser oficialmente um país.
Estas são as primeiras eleições
desde então.
Com agência internacionais
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