São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007

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Timor vai às urnas amanhã após 1º turno contestado

Timorenses optam entre o Nobel da Paz Ramos Horta e o candidato da Fretilin, Lu-Olo

Segurança foi reforçada após violência e acusações de fraude do turno inicial, há um mês; eleição é a primeira desde independência plena

DA REDAÇÃO

Um mês após o primeiro turno das eleições presidenciais, marcado por acusações de manipulação, os timorenses decidirão amanhã seu futuro presidente. Os dois finalistas para a sucessão de Xanana Gusmão -o premiê José Ramos Horta, Nobel da Paz de 1996, e Francisco Guterres, conhecido como Lu-Olo, candidato da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente)- são antigos parceiros na luta contra a ocupação indonésia.
Segundo a agência France Presse, Ramos Horta é o favorito, o que mostra uma reversão da tendência observada no primeiro turno, quando sua candidatura obteve 22% dos votos, contra 28% de Guterres.
Se acontecer a esperada queda no número de votos para o candidato da Fretilin, será confirmado o desgaste deste partido no cenário político timorense. Embora ainda seja respeitada por ter liderado a luta de independência da Indonésia (1975-1999), a Fretilin, que ocupa 55 das 88 cadeiras da Assembléia Legislativa, vem sendo acusada de utilizar o aparato do Estado em seu benefício nas eleições. Ainda de acordo com a France Presse, nos últimos dias, timorenses têm recebido um saco de arroz em troca de uma promessa de voto. Há também rumores de tráfico de cédulas eleitorais.

Violência e fraude
As eleições ocorrem sob forte esquema de segurança montado para evitar incidentes e as acusações de fraude e manipulação registradas no primeiro turno. Mais de 4.000 policiais e cerca de mil militares de uma força internacional farão a segurança do pleito. Observadores estrangeiros devem supervisionar votação e apuração.
Em fevereiro deste ano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, recomendou ao Conselho de Segurança que o mandato da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor Leste (UNMIT) fosse prolongado por um ano e que seu contingente fosse reforçado.
O pedido advém do clima de instabilidade em que o país vive desde a onda de violência entre abril e maio de 2006, quando cerca de 100 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas. A UNMIT deve passar a contar com cerca de 1.600 policiais, além dos funcionários militares e civis.
Com cerca de 1 milhão de habitantes e uma área pouco superior a 15 mil km2 (menor que o Estado de Sergipe), Timor Leste foi colônia portuguesa até 1975. Anexado como Província da Indonésia em 1976, tornou-se independente após plebiscito patrocinado pela ONU em 1999. Permaneceu sob a administração da ONU até maio de 2002, quando passou a ser oficialmente um país. Estas são as primeiras eleições desde então.


Com agência internacionais


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