São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011

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O FIM DA CAÇADA

EUA divulgam vídeos de Osama bin Laden

Após se negar a difundir fotos do corpo do terrorista, Casa Branca libera imagens supostamente gravadas na casa em que ele foi morto

Viúva do líder da Al Qaeda diz que ele viveu sete anos no Paquistão; EUA cobram explicação da inteligência do país

Departamento de Defesa dos EUA/France Presse
Imagem e vídeo mostra Bin Laden assistindo à TV em Abbottabad, segundo o governo dos EUA, que divulgou ontem o arquivo

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Após receber críticas por não divulgar fotos do corpo do terrorista saudita Osama bin Laden, morto há uma semana por forças americanas no Paquistão, o governo dos EUA difundiu ontem cinco vídeos do líder da Al Qaeda.
Segundo o Pentágono, os vídeos integram um vasto material apreendido no esconderijo de Bin Laden em Abbottabad. "[A apreensão] é talvez o maior êxito da inteligência [norte-americana] em uma geração", disse um funcionário do governo.
Os vídeos tiveram o áudio suprimido antes da divulgação. A Casa Branca diz que a intenção é evitar dar voz à propaganda da Al Qaeda.
Num deles, Bin Laden, de barba branca, assiste à TV, supostamente parabólica, quando transmitem-se notícias sobre ele próprio e sobre o presidente Barack Obama.
Em vídeos de caráter mais "oficial", o terrorista traz a barba tingida de negro e lê mensagens -ao menos uma, segundo o Pentágono, era direcionada aos EUA. O conteúdo não foi revelado. Algumas das imagens mostram ensaios e tomadas de teste.
Os vídeos estão sendo interpretados como sinal de que Bin Laden estava envolvido em manter a imagem da Al Qaeda e em suas operações. As datas das gravações não foram divulgadas. O governo americano disse que foram feitas em Abbottabad.
Amal Ahmed Abdulfattah, uma das mulheres de Bin Laden presentes na casa no momento da invasão, disse em interrogatório conduzido pelo Paquistão que o saudita vivia no país havia sete anos.
Ela afirmou que, antes de se mudar para Abbottabad, Bin Laden e a família moraram no distrito de Haripur por dois anos e meio.
O Departamento da Defesa americano enfatizou que invadir a casa (em vez de explodi-la) foi a mais arriscada e a mais acertada decisão de Obama na operação.
A partir dos documentos encontrados em Abbottabad, os EUA disseram estar "correndo contra o relógio" para identificar e deter ameaças terroristas.
Ainda ontem, veio à tona que a Casa Branca exigiu do governo paquistanês a revelação da identidade de agentes de seu serviço de inteligência. Washington acredita que houve cumplicidade das autoridades locais com Bin Laden -o Paquistão nega.
Segundo a agência EFE, o chefe da ISI (serviço secreto paquistanês) viajou na sexta-feira à noite para os EUA.
Em declarações oficiais, porém, o governo americano evita o tom de confronto: "Até agora, não temos indicação de que o governo paquistanês tinha conhecimento de que Bin Laden estava nesse complexo em Abbottabad. É possível que ele tenha recebido apoio do Paquistão, mas não necessariamente do governo paquistanês".


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