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Mistérios cercam os nomes de possível equipe de governo caso Obama seja eleito
DE WASHINGTON
A definição de fato -embora
ainda não de direito- dos dois
competidores principais da
corrida presidencial norte-americana suscitou duas perguntas, repetidas diversas vezes ao longo da última semana:
o que quer, afinal, Hillary Clinton? E quem é de verdade Barack Obama?
A primeira é um mistério que
a senadora não respondeu nem
na tarde de ontem, ao anunciar
oficialmente, em Washington,
o fim de sua campanha pela vaga democrata na corrida presidencial. A segunda é mais complicada e dava título a editoriais
recentes de jornais tão distintos quanto o "Washington
Post", de centro, e o "Wall
Street Journal", conservador.
Apesar de ter escrito duas autobiografias em apenas 46 anos
de vida -as linhas da literatura
recente que mais escrutínio sofreram, nas palavras de um livreiro- e ser tema de pelo menos uma dezena de livros, o senador democrata tem boa parte
de sua plataforma de governo
envolta em mistério.
Aos poucos, porém, vão ficando claros os nomes que estão por trás das principais áreas
de uma futura administração
Obama. O recluso David Plouffe, por exemplo, primeira pessoa fora de sua família a quem
Obama agradeceu no discurso
de vitória de terça-feira, em St.
Paul, tem tudo para ser o que
foi Karl Rove para George W.
Bush, um braço-direito sem
cargo definido mas com muita
influência nas políticas.
Ex-arrecadador recordista
do partido, um dos responsáveis pela estratégia vitoriosa
das primárias, Plouffe disse em
rara entrevista ao "Washington
Post": "Até 4 de novembro, todo eleitor do país saberá que
votar em McCain é dar um terceiro mandato a Bush".
Os vazamentos de uma futura equipe de Obama na Casa
Branca passam por Plouffe, e
ele controla os vazamentos como um encanador dedicado.
Mas alguns nomes chegam à
luz do dia. Um deles é o do diplomata Anthony Lake, secretário de Segurança Nacional de
Bill Clinton de 1993 a 1997.
A ele se credita boa parte da
política de negociação com os
países considerados inimigos
dos EUA, defendida por Obama
no começo da campanha e que
agora vem sendo reapresentada com tintas mais conservadoras, principalmente no caso do
Irã e de Cuba.
Especialistas vêem na guinada ao centro o dedo do senador
Christopher Dodd, ex-pré-candidato à vaga democrata nessa
corrida e muito ligado ao time
de política externa de Obama,
para quem a continuidade da
defesa da chamada "opção diplomática" a essa altura da corrida afastaria mais votos do que
o contrário.
Um dos dois poderia ser o secretário de Estado de Obama.
Isso se, na conversa que o democrata teve com sua ex-oponente na quinta à noite, esse
cargo não tiver sido discutido.
Afinal, parece cada vez mais inviável a hipótese de Hillary ser
convidada a ser vice na chapa
de Obama. A opção enfrenta resistência de todo lado, a começar pela casa do senador.
(SD)
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