São Paulo, segunda-feira, 08 de junho de 2009

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Casa Branca cogita reintegrar Coreia do Norte à lista do terror

Hillary Clinton diz que EUA pensam em reverter decisão tomada em 2008 em meio a acenos a regime de Pyongyang

Secretária de Estado relata ter recusado convite inicial para chefiar diplomacia, sob argumento de "não ser a pessoa certa" para o cargo

DA REDAÇÃO

Um dia após o presidente Barack Obama usar o tom mais duro até agora em relação à Coreia do Norte, a secretária de Estado Hillary Clinton disse ontem que os EUA cogitam incluir novamente a ditadura de Pyongyang na lista dos países patrocinadores do terrorismo.
Pyongyang irritou a Casa Branca ao realizar no mês passado um teste com ogiva nuclear e mísseis capazes de atingir o Japão e a Coreia do Sul.
O arsenal usado nos exercícios, que violam resolução do Conselho de Segurança da ONU, tem potência estimada em cinco vezes superior a testes de 2006 e provocaram reprovação internacional unânime. Pyongyang revidou invalidando armistício de 1953 com Seul, cujo governo é pró-EUA.
Em visita à França anteontem, Obama acusou a Coreia do Norte de ter agido de forma "extraordinariamente provocadora" ao realizar testes nucleares e de estar "testando os limites da diplomacia".
Questionada numa entrevista à TV ABC divulgada ontem se os EUA cogitam reintroduzir a Coreia do Norte à lista do terror, ao lado de Irã, Cuba, Síria e Sudão, Hillary afirmou que o governo americano está "pensando no assunto".
"Vamos analisar isso. Há um processo para fazê-lo. Obviamente, teríamos de ver evidências recentes de seu apoio ao terrorismo internacional", disse a secretária de Estado.
Os EUA retiraram a Coreia do Norte da lista em outubro último, como parte dos esforços para reativar as conversas diplomáticas sobre a desnuclearização de Pyongyang.
A isolada nação comunista foi retirada da lista após concordar com uma série de medidas de verificação de suas instalações nucleares. Mas um recente teste de míssil de longo alcance encerrou as conversas.
Países oficialmente considerados patrocinadores do terror não podem receber ajuda econômica nem fazer tratados comerciais e acordos financeiros com entidades dos EUA, entre outros vetos.
Hillary disse esperar que seja adotada em breve uma resolução contundente com novas sanções contra a Coreia do Norte por parte do Conselho de Segurança, com o apoio de China e Rússia, que anteriormente recuaram de tais medidas e têm direito de veto no conselho.
Na mesma entrevista à TV ABC, Hillary Clinton relatou ter inicialmente declinado a proposta para chefiar o Departamento de Estado feita por Obama, que fora seu rival nas prévias democratas à eleição presidencial de novembro.
"Quando Obama me pediu para conversar com ele, eu lhe disse: "sabe, não acho que eu seja a pessoa certa para o cargo, quero voltar à minha vida normal [...]. Sugeri então o nome de várias pessoas que dariam ótimos secretários de Estado", disse Hillary.
Ela diz só ter aceitado o convite porque Obama foi "persistente e muito persuasivo".


Com agências internacionais


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