São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2005

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Britânicos já previam, diz Hobsbawm

SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN

Morador de Hampstead Heath, região nobre do norte de Londres, o historiador britânico Eric Hobsbawm, 88, disse que, desde o começo da Guerra do Iraque, "os britânicos achavam que, mais cedo ou mais tarde, algum grande ataque terrorista poderia acontecer em Londres, principalmente depois do atentado de 11 de março de 2004, em Madri."
Em entrevista à Folha, por telefone, o autor de "Era dos Extremos", disse, entretanto, que os ataques de ontem pegaram a cidade de surpresa.
"Ninguém achava que algo pudesse acontecer agora, tanto tempo depois do envolvimento britânico na Guerra do Iraque, mas é preciso reforçar que ainda se sabe muito pouco sobre esses atentados. Sequer podemos ter certeza de terem realmente algo a ver com a Al Qaeda".
Hobsbawm contou que a atmosfera, no momento da entrevista (16h no horário de Londres) era calma nas ruas do bairro onde mora e que as pessoas evitavam se deslocar até o centro.
"A população está colaborando com a polícia e com os serviços de emergência que, até esse momento, parecem estar sendo rápidos e eficientes no isolamento das ruas e no atendimento às vítimas", afirmou.
O historiador acredita que a reunião do G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados e a Rússia), que acontece na Escócia, deve ser o motivo mais provável para a escolha da data para o atentado.
"No que diz respeito à política interna e à imagem de Tony Blair [premiê] diante da população britânica, entretanto, acho que não haverá nenhum impacto imediato, mas tudo depende do que for apurado daqui em diante sobre a tragédia", declarou.


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