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Britânicos já previam, diz Hobsbawm
SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN
Morador de Hampstead Heath,
região nobre do norte de Londres,
o historiador britânico Eric Hobsbawm, 88, disse que, desde o começo da Guerra do Iraque, "os
britânicos achavam que, mais cedo ou mais tarde, algum grande
ataque terrorista poderia acontecer em Londres, principalmente
depois do atentado de 11 de março de 2004, em Madri."
Em entrevista à Folha, por telefone, o autor de "Era dos Extremos", disse, entretanto, que os
ataques de ontem pegaram a cidade de surpresa.
"Ninguém achava que algo pudesse acontecer agora, tanto tempo depois do envolvimento britânico na Guerra do Iraque, mas é
preciso reforçar que ainda se sabe
muito pouco sobre esses atentados. Sequer podemos ter certeza
de terem realmente algo a ver com
a Al Qaeda".
Hobsbawm contou que a atmosfera, no momento da entrevista (16h no horário de Londres)
era calma nas ruas do bairro onde
mora e que as pessoas evitavam se
deslocar até o centro.
"A população está colaborando
com a polícia e com os serviços de
emergência que, até esse momento, parecem estar sendo rápidos e
eficientes no isolamento das ruas
e no atendimento às vítimas",
afirmou.
O historiador acredita que a
reunião do G8 (grupo que reúne
os sete países mais industrializados e a Rússia), que acontece na
Escócia, deve ser o motivo mais
provável para a escolha da data
para o atentado.
"No que diz respeito à política
interna e à imagem de Tony Blair
[premiê] diante da população britânica, entretanto, acho que não
haverá nenhum impacto imediato, mas tudo depende do que for
apurado daqui em diante sobre a
tragédia", declarou.
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