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Londres lembra um ano de ataques a metrô e ônibus
Flores, minutos de silêncio e discursos oficiais marcaram dia de ontem na cidade
Chefe da polícia discursa sem mencionar caso Jean Charles, cujo relatório foi atrasado, e diz que outros atentados acontecerão
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
Com flores, dois minutos de
silêncio ao meio-dia e discursos
oficiais, Londres lembrou ontem o primeiro aniversário dos
quatro ataques terroristas que
mataram 52 pessoas em três
vagões do metrô e um ônibus
na cidade.
"É um momento em que nosso país deve se unir parar mostrar solidariedade àqueles que
sofreram e defender os valores
que nós dividimos", afirmou o
primeiro-ministro do Reino
Unido, Tony Blair.
O premiê aproveitou os últimos dois dias -anteontem
também foi celebrado um ano
da indicação de Londres como
sede das Olimpíadas de 2012-
para aparecer no noticiário
sem estar ligado a reportagens
sobre o crescente enfraquecimento de seu governo.
Outro personagem em baixa
que aproveitou para discursar
ontem foi o comissário da Polícia Metropolitana, Ian Blair,
criticado por ações desastrosas
como a que matou o eletricista
brasileiro Jean Charles de Menezes no metrô, após ser confundido com um terrorista, em
22 de julho do ano passado.
"Acho que acontecerão outros atentados. Na verdade, eu
sei que acontecerão. Nós estamos fazendo tudo que podemos fazer para impedi-los. Já
evitamos outros três", afirmou
o comissário.
Blair não mencionou o caso
Jean Charles -cujo relatório
oficial, previsto para o mês passado, foi adiado para o final de
agosto-, mas se defendeu das
críticas a outra operação malfadada, no mês passado, na qual
dois irmãos muçulmanos foram presos, um deles baleado, e
libertados dias depois sem
qualquer acusação.
"Não houve uma pessoa na
polícia que tenha me dito que
não deveríamos ter feito a operação. Não havia outra opção.
Nós tínhamos informações seguras de que alguém estava planejando atrocidades", afirmou
o comissário Blair.
Placas e flores
Entre os eventos oficiais de
ontem, às 11h (7h de Brasília)
foram colocadas placas em memória das vítimas nos locais
onde houve explosões.
A ministra da Cultura, Tessa
Jowell, e o prefeito de Londres,
Ken Livingstone, passaram por
dois locais onde houve explosões e deixaram flores.
Ao meio-dia, a população foi
convidada a fazer dois minutos
de silêncio em memória dos
mortos no atentado.
Na estação King's Cross, centenas de pessoas pararam em
sinal de respeito. Em parte da
cidade o trânsito também parou. As estações de metrô em
que os atentados ocorreram tiveram um reforço de policiamento ontem e também passaram o dia ocupadas por um batalhão de repórteres e cinegrafistas, que registravam as homenagens.
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