São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

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Londres lembra um ano de ataques a metrô e ônibus

Flores, minutos de silêncio e discursos oficiais marcaram dia de ontem na cidade

Chefe da polícia discursa sem mencionar caso Jean Charles, cujo relatório foi atrasado, e diz que outros atentados acontecerão

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES

Com flores, dois minutos de silêncio ao meio-dia e discursos oficiais, Londres lembrou ontem o primeiro aniversário dos quatro ataques terroristas que mataram 52 pessoas em três vagões do metrô e um ônibus na cidade.
"É um momento em que nosso país deve se unir parar mostrar solidariedade àqueles que sofreram e defender os valores que nós dividimos", afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.
O premiê aproveitou os últimos dois dias -anteontem também foi celebrado um ano da indicação de Londres como sede das Olimpíadas de 2012- para aparecer no noticiário sem estar ligado a reportagens sobre o crescente enfraquecimento de seu governo.
Outro personagem em baixa que aproveitou para discursar ontem foi o comissário da Polícia Metropolitana, Ian Blair, criticado por ações desastrosas como a que matou o eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes no metrô, após ser confundido com um terrorista, em 22 de julho do ano passado.
"Acho que acontecerão outros atentados. Na verdade, eu sei que acontecerão. Nós estamos fazendo tudo que podemos fazer para impedi-los. Já evitamos outros três", afirmou o comissário.
Blair não mencionou o caso Jean Charles -cujo relatório oficial, previsto para o mês passado, foi adiado para o final de agosto-, mas se defendeu das críticas a outra operação malfadada, no mês passado, na qual dois irmãos muçulmanos foram presos, um deles baleado, e libertados dias depois sem qualquer acusação.
"Não houve uma pessoa na polícia que tenha me dito que não deveríamos ter feito a operação. Não havia outra opção. Nós tínhamos informações seguras de que alguém estava planejando atrocidades", afirmou o comissário Blair.

Placas e flores
Entre os eventos oficiais de ontem, às 11h (7h de Brasília) foram colocadas placas em memória das vítimas nos locais onde houve explosões.
A ministra da Cultura, Tessa Jowell, e o prefeito de Londres, Ken Livingstone, passaram por dois locais onde houve explosões e deixaram flores.
Ao meio-dia, a população foi convidada a fazer dois minutos de silêncio em memória dos mortos no atentado.
Na estação King's Cross, centenas de pessoas pararam em sinal de respeito. Em parte da cidade o trânsito também parou. As estações de metrô em que os atentados ocorreram tiveram um reforço de policiamento ontem e também passaram o dia ocupadas por um batalhão de repórteres e cinegrafistas, que registravam as homenagens.


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