São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011

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Brasil quer 'exportar' médicos a Chávez

Governo entrou em contato com equipe que tratou o câncer da presidente Dilma Rousseff em SP, há dois anos

Ideia partiu de Lula; Brasília teme que nova ausência de Chávez fragilize sua liderança; ele agradeceu Dilma

ANA FLOR
FLÁVIA FOREQUE

DE BRASÍLIA

Integrantes do governo brasileiro contataram a equipe médica que tratou a presidente Dilma Rousseff em 2009, quando teve um câncer linfático, para ir a Caracas ajudar no tratamento do presidente Hugo Chávez.
A Folha revelou, anteontem, o convite feito pelo Brasil a Chávez para que ele se tratasse aqui. Ontem, o presidente agradeceu a Dilma e citou a nova proposta.
"Obrigada, presidente Dilma. Não consegui falar com ela, Nicolás [Maduro, chanceler]. Quero falar com Dilma", disse ele, em reunião ministerial transmitida pela TV. "Ela também teve câncer e colocou à disposição a sua experiência e seus médicos."
O venezuelano anunciou, no último dia 30, em pronunciamento feito em Havana e transmitido pela TV, ter sido operado em Cuba para a retirada de um tumor.
O oncologista Paulo Hoff, do hospital Sírio Libanês, confirmou ontem que ele e outros médicos foram procurados e que agora aguardam resposta da Venezuela.
Hoff fez parte da equipe que tratou Dilma e foi o principal oncologista que acompanhou o ex-vice-presidente José Alencar, morto em março, depois de mais de uma década lutando contra a doença. O médico não disse quem fez o contato, mas confirmou que foi de parte do governo.

CUSTEIO
A Folha apurou que o ex-presidente Lula sugeriu que médicos que trataram Dilma e Alencar ajudassem no tratamento de Chávez.
A oferta não significa que o Brasil arcará com os custos. Segundo assessor do Planalto, a intenção foi colocar à disposição médicos que estão entre os melhores especialistas do país.
Em 2009, então pré-candidata à Presidência, Dilma teve um câncer linfático diagnosticado. O tratamento foi realizado no Sírio-Libanês pelo cardiologista Roberto Kalil, por Hoff e a onco-hematologista Yana Novis.
Na semana passada, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, colocou o sistema de saúde do país à disposição de Chávez.
A avaliação do governo brasileiro, no entanto, é de que um novo afastamento de Chávez pode enfraquecer sua liderança no país.
Durante o tratamento em Cuba, ele ficou um mês fora do país.
A oposição venezuelana critica a falta de transparência sobre a real condição de saúde de Chávez.

Colaborou FLÁVIA MARREIRO, de Caracas


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