São Paulo, segunda-feira, 08 de agosto de 2011

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Rebaixamento de nota de crédito dos EUA acirra corrida para 2012

DE WASHINGTON

A troca de acusações sobre o rebaixamento da nota dos EUA pela agência Standard & Poor's começou já na noite de sexta na TV e no Twitter, adentrou o fim de semana, invadiu os programas dominicais e só deve chegar a seu ápice na eleição de 2012.
A oposição pede a renúncia do secretário do Tesouro, Tim Geithner, que manifestara desejo de deixar o cargo. Ontem, porém, ele anunciou em comunicado que ficará.
"A credibilidade dos EUA é só a baixa mais recente do fracasso da liderança do presidente Barack Obama na economia", tuitou o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, por ora o favorito na disputa pela candidatura republicana, na sexta.
O canal conservador Fox News enfileirou a linha de frente do movimento radical Tea Party -a deputada e presidenciável Michelle Bachmann e a ex-governadora do Alasca Sarah Palin- com o bilionário e ex-pré-candidato da oposição Donald Trump para comentar o episódio.
Os três se revezaram em culpar Obama pela perda de crédito, ainda que a crise seja herdada de George W. Bush e a S&P tenha evocado a inépcia do Congresso em talhar um ajuste fiscal eficaz -algo a que o Tea Party se opôs.
"Obama admitiu que não tinha um plano", repetia Bachmann, que votou contra o pacote fiscal que evitou que o país desse calote em seus credores externos.
O principal estrategista político da campanha de Obama, David Axelrod, foi ontem à rede CBS rebater.
"Levar o país até esse ponto é errado", disse. "Não deveria ter ocorrido, e, claramente, está na conta de quem queria ver os EUA declararem calote: as vozes estridentes do Tea Party."
No levantamento mais recente do "New York Times" com a CBS, divulgado sexta, 47% dos ouvidos culpavam a oposição pelos problemas, enquanto 29% culpavam o presidente e seu partido.
Mas o editor-chefe do instituto Gallup, Frank Newport, lembra que a natureza do regime presidencialista dos EUA impõe o ônus maior ao presidente. "No fim, é o capitão que afunda com o navio", disse à Folha.
O presidente, cuja aprovação atingiu o ponto mais baixo, 40%, viaja nesta semana e na próxima a quatro Estados mais afetados pela crise (Iowa, Michigan, Minnesota e Virginia), em turnê de ônibus que lembra a campanha. (LUCIANA COELHO)



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