São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2005 |
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ORIENTE MÉDIO Morte do ex-chefe da segurança, em Gaza, ocorre pouco antes de palestinos assumirem o controle do território 100 homens assassinam primo de Arafat
DA REDAÇÃO Num desafio à capacidade da Autoridade Nacional Palestina de limitar a ação dos grupos extremistas, a poucos dias de ela assumir o controle da faixa de Gaza, foi morto ontem o ex-chefe da segurança palestina Moussa Arafat, 65, primo de Yasser Arafat, presidente da ANP morto em 2004. O atual líder palestino, Mahmoud Abbas, prometeu capturar os autores do crime, que foi assumido pelos Comitês de Resistência Popular, formados sobretudo por dissidentes do Fatah, o grupo político do presidente. Cerca de cem homens mascarados atacaram a casa de Moussa, na Cidade de Gaza, e trocaram tiros por 30 minutos com uma tropa de seguranças. Os mascarados conseguiram entrar e apanhar o primo de Arafat, que foi levado para a rua de pijama e morto. O filho mais velho de Moussa, Manhal, oficial das forças de segurança, foi seqüestrado na ação. Israel também anunciou que fechará a partir de hoje a fronteira de Rafah, em Gaza, com o Egito, como parte da transferência do controle do território à ANP, que poderá se encerrar já na próxima segunda-feira. A morte de Moussa levantou novas dúvidas sobre a capacidade de os palestinos assumirem o controle de Gaza. O crime ocorreu a um quarteirão do QG do Serviço de Segurança Preventiva palestino e a 400 m da casa de Abbas, onde ele dormia. Para autoridades palestinas, a ação foi um ataque ao governo. "Foi uma iniciativa muito perigosa", afirmou o premiê Ahmed Korei. Após o crime, Abbas se reuniu com os chefes de segurança, colocou as forças em alerta máximo e disse que os assassinos não escaparão. "Isso não interromperá os esforços para manter a lei e a ordem", declarou, em comunicado. A segurança de Gaza será um desafio para Abbas. Gangues armadas circulam livremente em muitas partes, e grupos rivais do Fatah travam uma disputa por poder com a facção dominante. Os Comitês de Resistência Popular alegaram que mataram Moussa, importante membro do Fatah, para puni-lo por atos de corrupção após as forças oficiais não terem agido contra ele. "Implementamos a lei divina", disse um porta-voz, acusando Moussa de ligação com "assassinatos, roubos e chantagens". Segundo a agência France Presse, mais tarde o grupo desmentiu a autoria. Moussa acumulava inimigos e era acusado freqüentemente de corrupção. Foi demitido há meses por Abbas da chefia de segurança e colocado na função simbólica de conselheiro militar. Com agências internacionais Texto Anterior: Ajuda estelar Próximo Texto: Arafat morreu de ataque cardíaco, afirma jornal Índice |
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