São Paulo, terça-feira, 08 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Israel oficializa nova expansão na Cisjordânia

Medida visa aplacar direita governista antes de provável acordo com os EUA que congelará assentamentos

DA REDAÇÃO

O governo israelense oficializou ontem o aval à construção de 455 novas unidades habitacionais em assentamentos no território palestino ocupado da Cisjordânia. A autorização é a primeira do tipo desde a posse do premiê direitista Binyamin Netanyahu, em março, e contraria a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e os EUA.
A medida deverá ser acompanhada, porém, de um acordo com os EUA que prevê congelar temporariamente a expansão das colônias. O texto, segundo o jornal "Haaretz", deve ser finalizado na visita a Israel do enviado especial americano para o Oriente Médio, George Mitchell, até o fim desta semana.
A estratégia ambígua de Netanyahu visa aplacar ao mesmo tempo pressões da base mais à direita de seu gabinete -frontalmente contrária ao congelamento-, incluindo seu próprio partido, o Likud, e do governo americano de Barack Obama.
Os EUA, bem como a ANP e a quase totalidade da comunidade internacional, consideram a expansão dos assentamentos judaicos o principal entrave à retomada das negociações de paz, emperradas desde 2008.
Segundo essa visão, as colônias na Cisjordânia comprometem a futura criação de um Estado nacional palestino, norte das conversas de paz desde os Acordos de Oslo (1993) -e ao qual o premiê de Israel resiste.
Se confirmado, porém, o congelamento da expansão das colônias -por nove meses, segundo a imprensa- não incluirá as novas unidades nem as 2.500 em construção. Tampouco serão interrompidas obras em Jerusalém Oriental, que os palestinos desejam ter como capital.
A resistência inicial de Netanyahu em congelar a expansão no território, ocupado desde a Guerra dos Seis Dias (1967) -o premiê defendia seu "crescimento natural"-, levou as relações entre Israel e os EUA ao ponto mais baixo em décadas.
Para o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, a medida de ontem "anula qualquer efeito que um congelamento, se e quando anunciado, poderia vir a ter". "Entre promover a paz e expandir as colônias, eles escolheram expandir as colônias."

Com agências internacionais



Texto Anterior: Agência nuclear da ONU nega aliviar pressões contra o Irã
Próximo Texto: Equador: Chefe de segurança de Rafael Correa morre de gripe suína
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.