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Israel oficializa nova expansão na Cisjordânia
Medida visa aplacar direita governista antes de provável acordo com os EUA que congelará assentamentos
DA REDAÇÃO
O governo israelense oficializou ontem o aval à construção
de 455 novas unidades habitacionais em assentamentos no
território palestino ocupado da
Cisjordânia. A autorização é a
primeira do tipo desde a posse
do premiê direitista Binyamin
Netanyahu, em março, e contraria a Autoridade Nacional
Palestina (ANP) e os EUA.
A medida deverá ser acompanhada, porém, de um acordo
com os EUA que prevê congelar
temporariamente a expansão
das colônias. O texto, segundo o
jornal "Haaretz", deve ser finalizado na visita a Israel do enviado especial americano para
o Oriente Médio, George Mitchell, até o fim desta semana.
A estratégia ambígua de Netanyahu visa aplacar ao mesmo
tempo pressões da base mais à
direita de seu gabinete -frontalmente contrária ao congelamento-, incluindo seu próprio
partido, o Likud, e do governo
americano de Barack Obama.
Os EUA, bem como a ANP e a
quase totalidade da comunidade internacional, consideram a
expansão dos assentamentos
judaicos o principal entrave à
retomada das negociações de
paz, emperradas desde 2008.
Segundo essa visão, as colônias na Cisjordânia comprometem a futura criação de um Estado nacional palestino, norte
das conversas de paz desde os
Acordos de Oslo (1993) -e ao
qual o premiê de Israel resiste.
Se confirmado, porém, o congelamento da expansão das colônias -por nove meses, segundo a imprensa- não incluirá as
novas unidades nem as 2.500
em construção. Tampouco serão interrompidas obras em Jerusalém Oriental, que os palestinos desejam ter como capital.
A resistência inicial de Netanyahu em congelar a expansão no território, ocupado desde a Guerra dos Seis Dias (1967)
-o premiê defendia seu "crescimento natural"-, levou as relações entre Israel e os EUA ao
ponto mais baixo em décadas.
Para o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, a medida
de ontem "anula qualquer efeito que um congelamento, se e
quando anunciado, poderia vir
a ter". "Entre promover a paz e
expandir as colônias, eles escolheram expandir as colônias."
Com agências internacionais
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