São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2011

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Em Jerusalém, Roberto Carlos faz show religioso e "atrevido"

Diante de 5.000, ele cantou em hebraico e usou a palavra "mal"

LÍGIA MESQUITA

ENVIADA ESPECIAL A JERUSALÉM

Roberto Carlos decidiu inovar, ou se atrever, como disse, no show que fez para 5.000 pessoas na noite de ontem, no anfiteatro Sultan's Pool, em Jerusalém.
Mesmo abrindo de forma costumeira, com "Emoções", o que se seguiu foi de grande ousadia para o cantor que tem 50 anos de carreira.
De terno creme e camisa branca, às 20h40 o Rei subiu ao palco que reproduzia a Cidade Velha de Jerusalém, com uma mesquita, igrejas e o muro das Lamentações.
"A Jerusalém, minha reverência!", saudou. Entoou sucessos como "O Portão", "Como É Grande o Meu Amor por Você", "Além do Horizonte" e "Como Vai Você?".
E decidiu gastar o seu inglês. E também o espanhol, inglês e italiano de uma tacada só em "Detalhes", no que chamou de "um momento delicado", pois nunca havia cantado em tantos idiomas.
Além disso, o fez ao violão. Junto a sua banda, uma novidade: uma orquestra de cordas com 12 músicos locais.
O público gritava "Ei, ei, ei, Roberto é nosso Rei". Bandeiras do Brasil e cartazes com os dizeres "Roberto, Shalom!", "Shalom Bahia" e "Longa vida ao Rei"-este, em inglês- eram vistos na arquibancada, ao fundo.
O Rei inovou no repertório com "Eu Sei que Vou Te Amar", com direito a recitar "Soneto da Fidelidade", de Vinicius de Moraes. E, para homenagear o Dia da Independência brasileira, cantou "Aquarela do Brasil".
Depois, desculpou-se pelo "atrevimento" de interpretar, em italiano, "Caruso", de Lucio Dalla. "É para quem canta alto, como Pavarotti e o Zezé Di Camargo. Mas me atrevi a cantar do meu jeito."
Em uma parte mais religiosa, com discurso da apresentadora Gloria Maria, da Globo, sobre o Monte das Oliveiras, "local onde Jesus derramou suor e sangue", o Rei levou a plateia às lágrimas com "Ave Maria", em italiano.
Depois, com a ajuda de um coral local, cantou metade da letra de "Jerusalém de Ouro" em hebraico. Foi aplaudido de pé. "Sei que foi um atrevimento muito grande."
Mas esta ainda não seria sua cartada final. Depois de anos cantando "Se o bem e o bem existem", em "É Preciso Saber Viver", ele decidiu cantar o verso original, com a palavra "mal".
Encerrou a apresentação com a já esperada "Jesus Cristo" e distribuiu rosas ao público. "Obrigado por essa noite. Obrigado, Jerusalém! Amém!", se despediu.


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