São Paulo, segunda-feira, 08 de outubro de 2001

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China aprova, mas faz ressalvas

DA REDAÇÃO

A China deu ontem um apoio cauteloso aos ataques americanos e britânicos contra bases do Taleban e campos de treinamento do grupo Al Qaeda, do terrorista saudita Osama bin Laden.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês condenou o terrorismo e pediu que os ataques fosse dirigidos estritamente contra alvos militares, evitando a morte de civis.
"A China opõe-se a qualquer forma de terrorismo e espera que ataques militares relevantes contra o terrorismo sejam direcionados a objetivos específicos, para evitar ferir civis inocentes", disse o porta-voz à agência oficial de notícias "Xinhua".
"A China espera que a paz seja restaurada tão logo seja possível", acrescentou o funcionário.
A declaração foi dada momentos depois de o presidente dos EUA, George W. Bush, ter anunciado o ataque contra bases do Taleban e posições da Al Qaeda.
A China vem defendendo que o combate ao terrorismo seja feito no âmbito da ONU. Mas o país também enfrenta o separatismo de etnias muçulmanas que vivem na região de Xinjiang (noroeste). Pequim afirma que grupos extremistas recebem inspiração e apoio material do Afeganistão, o que alimenta atos de terror.
O combate a grupos separatistas e ao terrorismo e a impossibilidade de ter qualquer outra posição nos primeiros dias após os ataques a Nova York e Washington levaram o governo chinês a engrossar o coro dirigido pelos EUA. Mas, com o tempo, a China passou hesitar, pois teme que as ações bélicas ajudem a aprofundar a hegemonia dos EUA.

Japão
No Japão, o primeiro-ministro Junichiro Koizumi disse que foi previamente informado das ações pelo secretário de Estado norte-americano, Colin Powell. Koizumi ordenou que fosse reforçada a segurança interna no país.
O Japão não é considerado um alvo preferencial de ataques terroristas em represália à ação norte-americana, já que tem um relação de proximidade com o mundo árabe. Mas o país é o aliado mais próximo dos EUA na Ásia.
Na semana passada, o governo japonês endossou uma medida que permite apoio logístico e de não-combate aos EUA. O país debate, porém, até que ponto pode apoiar a ação americana sem infringir o princípio pacifista de sua Constituição. Teme-se que haja um recrudescimento do militarismo japonês, o que preocupa especialmente a China, que foi ocupada pelo Japão na Segunda Guerra.
Nesse sentido, o premiê confirmou que manterá sua visita à China, prevista para hoje.


Com agências internacionais



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