São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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IÊMEN

Indícios excluiriam a possibilidade de ataque externo

EUA acreditam que explosão de petroleiro possa ter sido acidente

DA REDAÇÃO

Um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA afirmou ontem parecer improvável que a explosão de um petroleiro francês, anteontem, na costa do Iêmen, tenha sido terrorismo.
Segundo esse funcionário, as primeiras conclusões indicam que a explosão ocorreu dentro do navio Limburg, não como resultado de um ataque externo. Washington, porém, enviou oficiais da Marinha para ajudar na investigação e não excluiu a possibilidade de atentado.
No Iêmen, um funcionário do governo afirmou que o capitão francês rejeitou várias vezes ofertas de ajuda por quatro horas depois da explosão. O funcionário, que também pediu para não ser identificado, disse que a recusa de ajuda indicava que a explosão não havia sido um ataque terrorista.
O capitão, Hubert Ardillon, não fez declarações ontem. A tripulação do Limburg era formada por oito franceses e 17 búlgaros, um dos quais estava desaparecido. Ela foi detida em um hotel iemenita para aguardar o desfecho das investigações.
Mais cedo, o chanceler da França, Dominique de Villepin, dissera que a possibilidade de que a explosão tenha sido um ato deliberado não havia sido excluída. "Nada foi excluído", afirmou. A seção antiterror da Justiça francesa enviou uma equipe para trabalhar na investigação.
O incêndio no petroleiro só foi totalmente apagado ontem. Empurrado por fortes ventos durante a noite, o Limburg estava a 24 km da costa. Um dos lados do petroleiro estava queimado e tinha um buraco de cerca de um metro. O vazamento de óleo deve causar grandes danos ao ambiente local, segundo especialistas ouvidos pela Reuters.
Nas proximidades, dois rebocadores esperavam para levar o navio ao porto de Mina al Dabah, a cerca de 350 km da capital, Sanaa.
O premiê iemenita, Abdul-Kader Bajammal, montou um comitê especial para investigar o caso.
Funcionários da Euronav, a dona do Limburg, afirmaram que o capitão viu um pequeno barco de pesca se aproximando do petroleiro antes da explosão e que o pesqueiro provavelmente levava explosivos. O diretor da Euronav, Jacques Moizan, disse: "Acreditamos que tenha sido um ato deliberado".
Em 2000, um pequeno barco com explosivos colidiu com o USS Cole, que abastecia no porto de Áden. A explosão matou 17 marinheiros americanos. O ataque foi atribuído à Al Qaeda.


Com agências internacionais


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