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ORIENTE MÉDIO
Bush diz que faria o mesmo que o premiê israelense no caso da Síria; Israel divulga mapa com alvos em Damasco
"Atacaremos em qualquer lugar", diz Sharon
DA REDAÇÃO
Israel, novamente apoiado pelos EUA, elevou ontem a retórica
ameaçadora contra a Síria e o
mundo árabe em geral, com o
premiê Ariel Sharon dizendo que
o país atacará os seus inimigos em
qualquer lugar. Seu governo divulgou um mapa da região de Damasco (capital síria) com supostas casas e instalações de grupos
terroristas palestinos, que seriam
alvos futuros.
"Israel não vai deixar de proteger os seus cidadãos, e atacaremos
os nossos inimigos onde quer que
eles estejam, de todas as maneiras", disse Sharon, durante cerimônia em homenagem às vítimas
da Guerra do Yom Kippur (1973).
"Apesar disso", acrescentou, "Israel está aberto a um acordo de
paz com os países vizinhos."
No domingo, Israel bombardeou o que chamou de campo de
treinamento de terroristas, um
dia depois de atentado suicida do
Jihad Islâmico matar 19 pessoas
em Haifa (Israel). Foi o primeiro
ataque israelense em território sírio em 30 anos. Damasco nega
que a base tenha ligação com o
terrorismo. Fontes do governo
dos EUA confirmam.
Ranaan Gissin, assessor de Sharon, foi mais específico na ameaça: "Os sírios têm a opção de desmantelar as organizações terroristas no país. Caso contrário, sofrerão as consequências de tê-los
operando a partir de Damasco".
Um mapa localizando supostas
instalações dos grupos na cidade
foi divulgado ontem por Israel para "provar que existem grupos
terroristas palestinos na Síria".
O ministro da Defesa de Israel,
Shaul Mofaz, anunciou a convocação de reservistas devido ao aumento no número de alertas de
atentados terroristas. O país também reforçou sua presença no
norte, junto às fronteiras da Síria e
do Líbano, onde um soldado israelense foi morto anteontem.
Nos EUA, Bush reiterou ontem
que Israel tem o direito de se defender. "A decisão que ele [Sharon] tomou de defender seu povo
é válida. Nós teríamos feito a mesma coisa." Mas ele voltou a pedir a
Israel que evite uma escalada da
violência no Oriente Médio.
As declarações de Bush de que
Israel tem o direito de se defender
foram duramente criticadas por
dois dos principais jornais dos
EUA. "Bush imprudentemente
decidiu alentar os instintos mais
bélicos de Sharon", disse o "New
York Times". Já o "Washington
Post" escreveu em editorial que a
ação de Israel pode culminar em
uma guerra regional.
A Síria é acusada pelos EUA de
tentar adquirir e desenvolver armas de destruição em massa. O
país é considerado um possível alvo de uma ação americana.
Lei
O Congresso dos EUA está estudando lei que prevê a aplicação de
sanções diplomáticas e econômicas à Síria caso o país siga apoiando os grupos terroristas palestinos, não se comprometa a retirar
as suas forças do Líbano nem
abandone o desenvolvimento de
armas químicas e biológicas e de
mísseis de médio e longo alcance.
Segundo a mídia americana, a
Casa Branca já não ameaça vetar a
medida, que conta com amplo
apoio dos congressistas.
Israel acusa ainda a Síria de usar
grupos no Líbano para realizar
ataques contra Israel. Um soldado
israelense morreu anteontem ao
ser alvejado por disparos vindos
do lado libanês. A ação está sendo
atribuída por Israel ao grupo extremista Hizbollah.
Com agências internacionais
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