UOL


São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ausência de ministro em posse de gabinete palestino sinaliza crise

DA REDAÇÃO

O premiê palestino, Ahmed Korei, tomou posse ontem junto com seis ministros em cerimônia com a presença do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat. O evento ocorreu no QG do líder palestino em Ramallah (Cisjordânia).
Outros dois ministros não compareceram à posse. Um deles é Nasser Yousef, indicado para o Ministério do Interior. A pasta é considerada a mais importante do gabinete, pois controlaria as forças de segurança palestinas.
Oficialmente, autoridades palestinas disseram que Yousef não compareceu porque estava doente. Mas a ausência poderia estar ligada a divergências entre o ministro e Arafat, que estaria resistindo a entregar o controle das forças de segurança a Yousef.
Jawad al Tibi, apontado para o Ministério da Saúde, faltou à cerimônia porque não recebeu autorização de Israel para ir de sua casa, em Gaza, para Ramallah.
O novo gabinete foi anunciado em caráter emergencial no domingo, após o atentado terrorista em Haifa, no dia anterior, e do ataque israelense à Síria. Por esse motivo, não precisa ser aprovado pelo Parlamento palestino.
Korei mais uma vez disse que pretende convencer os grupos terroristas palestinos a aceitar um novo cessar-fogo, mas descartou uma ação militar para combatê-los, pois isso, segundo ele, poderia provocar uma guerra civil.
Os grupos terroristas palestinos Hamas e Jihad Islâmico divulgaram nota criticando o novo gabinete palestino.
Israel disse que o anúncio do gabinete de emergência é uma manobra para salvar Arafat. Raanan Gissin, assessor do premiê Ariel Sharon, afirmou que o gabinete será julgado por suas ações. "Mas como foi estabelecido por Arafat, sabemos que não vai combater o terrorismo", afirmou.
Os EUA exigem que Korei combata o terrorismo.
Arafat, 74, precisou de ajuda para chegar ao local da cerimônia. Sua voz estava trêmula, alimentando rumores sobre sua saúde debilitada. "Estou do jeito que vocês me vêem", disse ele.

Hamas
O FBI (polícia federal dos EUA) realizou uma operação nos anos 90 para verificar se o dinheiro doado a instituições de caridade islâmicas era desviado para o Hamas. Pouco mais de US$ 3.000 foi doado. As notas foram rastreadas, mas não foi possível confirmar as suspeitas.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Para Assad, Síria se fortaleceu com o ataque
Próximo Texto: Religião: Papa vai a Pompéia e mostra melhora
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.