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Peru enfrenta crise por caso de corrupção
Esquema de favorecimento em concessão de campos de petróleo respinga em alto escalão do governo García
DA REDAÇÃO
Um esquema de favorecimento ilícito na concessão de
cinco campos de petróleo no
Peru a uma empresa norueguesa revelado no domingo à noite
em um programa de televisão
derrubou o ministro de Minas e
Energia, Juan Valdivia, e duas
autoridades do setor petrolífero no país. O caso ameaça atingir ainda o premiê do governo
Alan García, Jorge del Castillo.
O esquema veio à tona pelas
mãos de Fernando Rospigliosi,
ministro do Interior do governo de Alejandro Toledo (2001-06), que entregou a um canal de
televisão da capital, Lima, quatro fitas que teriam chegado a
ele de forma anônima.
Nelas, um membro do diretório da estatal Perupetro, Alberto Quimper, ex- advogado
do presidente, combina com
Rómulo León Alegría, ministro
da Agricultura no primeiro governo García (1985-90), em fevereiro, o recebimento de propina para o favorecimento da
Discover Petroleum, da Noruega, na licitação dos campos.
Em outro diálogo, segundo o
"Peru 21", León, expulso pelo
Apra (Aliança Popular Revolucionária Americana), de García,
devido ao escândalo, pede conselhos a Quimper sobre como
evitar a fiscalização dos US$
100 mil recebidos em um ano
do empresário dominicano
Fortunato Canáan, um suposto
representante da empresa.
No domingo à noite, García
destituiu Quimper e aceitou a
renúncia de César Gutiérrez,
também membro do diretório
da Perupetro e presidente da
Petroperu -no sistema peruano, a primeira é responsável pela atração de investimentos, a
segunda, pela exploração de petróleo. Na segunda-feira, aceitou a renúncia de Valdivia e
cancelou as cinco concessões.
As fitas mostram ainda Canáan tentando obter de Quimper uma audiência com o premiê, que o levaria a García. Castillo admitiu ter encontrado
Canáan e León, e que estes lhe
pediram audiência com o presidente, mas negou envolvimento. Segundo ele, encontro em
abril de Canáan com García e
Valdivia flagrado em foto não
ocorreu por iniciativa sua.
A Discover Petroleum divulgou comunicado em que diz ter
feito pagamentos diretos a
León -US$ 63.750- e indiretos a Quimper -US$ 60 mil-.
Quimper era subcontratado
por um escritório que prestava
consultoria tributária à empresa no país. A Discover, no entanto, negou ter pago propina e
não disse se sabia que Quimper
era membro da Perupetro.
Ontem, informou o "La Primera", líderes de oposição no
Congresso, com apoio de centrais sindicais que protestavam
contra a política econômica de
García -cuja aprovação popular é já inferior a 20%-, pediram a destituição de todo o gabinete e anunciaram uma comissão para investigar o caso.
Com agências internacionais
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